Originário de família judaica contestou norma que proibia ateus de ocuparem cargos públicos no Estado
Criado
numa família judaica ortodoxa da Filadélfia, Herb Silverman tornou-se
descrente na adolescência e foi um não religioso "apático" até o fim dos
anos 80, quando se mudou para a Carolina do Sul e descobriu que a
Constituição estadual proibia ateus de ocuparem cargos públicos.
"Achei
que isso era demais." Silverman consultou advogados da União Americana
pelas Liberdades Civis (UCLA, na sigla em inglês) e concluiu que o único
caminho para derrubar a restrição era disputar o governo estadual como
candidato abertamente ateu e levar o caso ao Judiciário. Na eleição de
1990, ele registrou seu nome e deu início a uma batalha judicial que só
terminou em 1997, quando a Suprema Corte da Carolina do Sul decidiu que o
veto aos ateus era inconstitucional. O Estado fica no "Cinturão da
Bíblia" dos EUA, a região do sudeste do país fortemente influenciada
pelo protestantismo evangélico.
Depois
da vitória na Suprema Corte estadual, ele manteve seu ativismo ateu e,
em 2002, participou da criação da Secular Coalition for America, grupo
que defende interesses de não religiosos em âmbito nacional e em
Washington. "Com a nossa cultura se tornando cada vez mais teocrática,
pensei que era importante criar uma rede de organizações para sermos
mais influentes", afirmou.
Formada
originalmente por 3 entidades, a coalizão reúne hoje 17 instituições, é
registrada como grupo de lobby em Washington e realiza uma convenção
nacional todos os anos.
A
chegada de George W. Bush à presidência, em 2001, é apontada pelos
secularistas como o momento que marcou o fortalecimento do
fundamentalismo cristão e da influência da religião sobre políticas
públicas. Segundo Silverman, esse movimento se refletiu em referências
cada vez mais frequentes a Deus em discursos políticos e no respeito
crescente a posições religiosas no espaço público. "Isso fez com que os
ateus se sentissem cidadãos de segunda categoria, com a percepção de que
para ser patriota você precisa ser religioso."
Silverman
presidiu a Secular Coalition for America por dez anos, até 2012, quando
passou a ser seu presidente emérito. Naquele ano, ele lançou o livro no
qual narra sua trajetória: Candidate Without a Pray - An Autobiography
of a Jewish Atheist in the Bible Belt (Candidato Sem Uma Oração -
Autobiografia de um Judeu Ateu no Cinturão da Bíblia).
Arte / Cultura / Humor!!!
Sabedoria, Saúde e $uce$$o: Sempre.