Ter uma cara de pau elevada à enésima potência.
Festejar a notinha do colunista famosão como se fosse um furo de reportagem. Viver explicando pro povo de redação que assessor também é jornalista. Viver explicando pro povo de relações públicas que jornalista também é assessor. Saber vender seu peixe. Quer levar, não, freguesia? Pauta fresquinha. Ouvir do assessorado desinteressante o pedido de uma entrevista pro Jô, e pensar “tô fodido”. Ralar como qualquer jornalista, mas levar fama de vida boa. Montar sua própria agência acreditando que vai, enfim, ficar rico. Buscar o difícil equilíbrio entre o interesse do assessorado e o do repórter. Buscar o difícil equilíbrio entre o ego do assessorado e o do repórter. Responder 20 perguntas por e-mail pra ontem, por favor, e não esquece uma foto em alta resolução, tipo 300 dpi, pode ser? Lidar com assessorado que não tem a menor noção de como funciona a imprensa. Apagar incêndios quando o assessorado faz alguma merda. Ser criativo para produzir press kits maneiros por um custo baixo. Organizar coletiva e rezar pra tudo que é santo pra não chover. Ir a almoços chatérrimos de “fortalecimento de relações”. Planejar, pensar pautas originais, ter bons contatos na imprensa, texto bom. Mais alguma coisa? Usar expressões chiques, como “ativo de imagem”. Distribuir presentinhos e não ser o Papai Noel. Explicar o tempo todo aos leigos o que um assessor de imprensa faz. E ter a certeza de que ninguém vai entender. Aproveite o preço especial, dê e peça o livro do Duda de presente de amigo secreto ou Natal. Frete grátis. Visite a loja aqui.
De: Desilusões perdidas <desilusoesperdidas@gmail.com>
Para: sulinha.imprensalivre@gmail.com |
Sabedoria, Saúde e $uce$$o: Sempre.