14 março, 2013

Alunos da USP São Carlos que ficaram pelados em trote são indiciados pela polícia



Os três estudantes da USP (Universidade de São Paulo) que ficaram pelados durante manifestação feminista contrária a trote realizado no campus São Carlos foram identificados pela universidade e indiciados pela Polícia Civil de São Carlos pelo crime de ato obsceno. O caso já foi encaminhado à Justiça.
Os jovens foram ouvidos pelo delegado responsável pelas investigações, Aldo Donisete Del Santo, do 3º Distrito Policial. Caberá agora ao Judiciário decidir o que acontecerá com eles. A pena para o crime de ato obsceno varia de três meses a um ano de detenção. A punição pode ser revertida, pelo crime ser de menor potencial ofensivo, a entregas de cestas básicas e prestação de serviço comunitário.
O termo circunstanciado no qual consta a acusação foi elaborado depois que o promotor criminal Marcelo Mizuno, do Ministério Público de São Carlos, anexou ao processo fotos dos estudantes pelados e simulando sexo. Por meio das imagens, entregues à polícia em 1º de março, os autores puderam ser identificados.
De acordo com a nota da universidade, o processo administrativo, que pode resultar na expulsão dos alunos, está em curso e deve ser finalizado em 60 dias. Ainda segundo a instituição, o assunto será alvo de discussões do Conselho Gestor do Campus, instância máxima da USP em São Carlos, que vai analisar o caso para decidir quais as providências serão tomadas.
O caso
Os três estudantes ficaram irritados com uma manifestação promovida por cerca de 40 integrantes da Frente Feminista de São Carlos durante o "Miss Bixete 2013", evento realizado em 26 de fevereiro dentro do campus da USP. De acordo com o movimento, o concurso é machista e submete as estudantes a constrangimentos. “A ideia da manifestação foi colocar uma visão diferente sobre o evento, incentivar o debate e mostrar às calouras que elas têm a opção de não participar de tal evento caso não desejem”, afirmou a Frente Feminista, em nota oficial.
Para se manifestarem contra o protesto, eles ficaram pelados. Um deles simulou sexo com uma boneca inflável. Além disso, as manifestantes foram hostilizadas e há relatos de que tenham sido ofendidas e alvo de objetos atirados pelos estudantes, incluindo cerveja. As imagens foram captadas pelas manifestantes e anexadas ao processo.
O estudante Rafael Comparini, 24, um dos organizadores do "Miss Bixete 2013" – que não é um dos três indiciados – defendeu o evento: “Ninguém é forçada a participar, as garotas que sobem no palco e desfilam estão lá porque querem”, explicou Campanari, ressaltando que os estudantes não eram organizadores da atividade.
Uol


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