24 julho, 2012

Violência & poder em Sampa

 
A violência é a base mais fraca possível para a construção de um governo. É a arma favorita do impotente”

Márcia Denser, Congresso em Foco

Qualquer um pode ser preso ou morto se estiver no lugar errado”, declarou a professora da USP e especialista em Sociologia Urbana, Vera da Silva Telles ao site Carta Maior desta semana, analisando o atual surto de violência e a ação policial nas periferias de São Paulo. Entre 17 e 28 de junho, segundo dados do Sistema de Informações Criminais, 127 pessoas foram assassinadas na capital. Durante o mês de junho, 39 cidades da Grande São Paulo registraram 166 mortos.

Na avaliação de Telles, a explosão de violência nas periferias de Sampa faz parte de “um embaralhamento dos critérios de ordem, no qual a ação dos agentes policiais gera um sentimento de imprevisibilidade nos moradores de tais áreas.” (apesar do jargão criptoacadêmico, é uma explicação muito simplista, confusa e rebuscada pro entendimento do leitor comum, vocês não acham?). Por outro lado, especula-se que o estopim para essa onda de “violência extralegal” seria um suposto confronto entre membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) em 28 de maio, na zona leste, com oficiais da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), do qual teria resultado cinco mortes.

Para muitos, a violência do Estado – sobretudo um Estado tucano há décadas – é o ingrediente central dos assassinatos em Sampa, refletindo práticas higienistas, sem contar o encarceramento que se maximizou em toda a região, na mesma medida em que, sintomaticamente, extinguiram-se os empregos sob o império dum Estado excludente e privatista. Mas as conexões entre violência, poder e autoridade estão sutilmente articuladas em reflexões exemplares por Slavoj Zizek, em seu último livro (1), uma vez que ele considera o estudo do antagonismo da ordem social uma tarefa maior do nosso tempo.
Segundo o filósofo esloveno, a única maneira de nos orientarmos na charada da violência é nos concentrarmos em sua natureza paralática (a “paralaxe zizekiana” é o efeito do aparente deslocamento do objeto observado devido à mudança na posição do observador. A exemplo daquela frase de Malcolm Lowry: “Quando se olha diretamente para o abismo, este devolve o olhar”). Resumindo: como “reagimos” à violência e nela interferimos, modificando-a.”
Artigo Completo, ::AQUI::

 

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De: Brasil! Brasil! < anfenoju@gmail.com >
 

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