04 dezembro, 2024

Veja | Política

 



Passada a eleição municipal, conselheiros e aliados de Lula retomaram a pressão por uma reforma ministerial. Eles alegam que é hora de o presidente tentar fortalecer a base no Congresso e amarrar partidos a seu projeto de reeleição. Auxiliares do petista não garantem que a mudança na Esplanada será realizada, mas dizem que ela é provável e que, se concretizada, levará em consideração o peso político de Arthur Lira. Integrantes da velha-guarda do PT defendem que o alagoano seja convidado para assumir um ministério. O problema seria qual pasta entregar a ele, que só aceitaria um posto de grande envergadura.

À frente do Ministério da Fazenda, Fernando Haddad se equilibra como pode entre interesses diversos. Com alguma dificuldade, ele tem conseguido tirar do papel pontos de sua agenda fiscal, mas não da forma como gostaria o mercado e também não da maneira defendida pelo PT. Com o aval de Lula, Haddad se tornou um especialista em meios-termos, ou seja, acordos que, se não são irretocáveis tecnicamente, são os possíveis politicamente. O novo pacote é um exemplo disso, com as mudanças propostas no salário mínimo, bem como a benefícios tributários e isenções. Sob pressão permanente, o certo é que o ministro resiste às suas sucessivas batalhas, dentro e fora do governo.

Apesar de legendas como MDB e PSD já terem manifestado interesse em ocupar a vaga, Geraldo Alckmin (PSB-SP) já disse a aliados de sua confiança que tem o desejo de permanecer como vice de Lula caso ele dispute a reeleição em 2026. A permanência do ex-governador na chapa começou a ser questionada por alguns assessores do petista, que estudam dar espaço a um partido de perfil mais ao centro. Neste cenário, Alckmin teria o apoio de Lula para disputar o Senado e, em caso de reeleição do presidente, seria convidado a assumir um ministério. Difícil será convencer o PSB – e o próprio vice – a abrir mão do posto.