LEIAM, SUPER VALE A PENA.
Nasci por uma ferida
Hoje descobri que nasci por acidente. Sou fruto do acaso. Ao contrário de uma lata de lixo, por exemplo, que foi projetada antes de ser feita, meus pais não me planejaram. Sou um acidente.
Minha mãe me contou hoje, na hora do almoço, como foi que eu nasci. Ninguém me queria. Aconteceu que ela tinha uma ferida no útero. O médico mandou suspender os anticoncepcionais para o tratamento. Foi aí que eu entrei na história (e na minha mãe também). Nasci graças a uma ferida.
Um mês depois da minha mãe engravidar, manifestou-se um câncer em meu pai. Ele não poderia ter filhos nunca mais. Se tivessem esperado um mês pra me ter, não teriam me tido nunca mais. Não metido, mas me tido. O câncer não privou meu pai disso. Menos mal pra ele.
Minha mãe foi casada com meu pai até que a morte os separou, ou seja, até os 50 anos. Depois dos 50 não dá pra ter filhos. Seis meses depois de perder meu pai, minha irmã mais velha se foi. Resumindo: Se não tivesse ocorrido um acidente naquele exato momento (nem um mês mais tarde) minha mãe estaria sozinha hoje.
Minha mãe conta também que estou vivo por sorte. Nasci de fórceps e estava enforcado pelo cordão umbilical. Foi um parto delicado, e corri risco de vida. Faltou oxigênio em meu cérebro e os médicos não sabem até hoje como não fiquei com nenhuma seqüela (era pra eu ser retardado, ou algo assim). Minha mãe explicou que eu era a criança mais feia da maternidade. Devido ao fato de ter sido tirado com um "pé de cabra" a força, minha cabeça tinha muitos ematomas e estava todo deformado.
Agora encaixo uma coisa com a outra. Não é por acaso que sou feio e maluco. Minha mundofobia pode ser fruto de tudo isso também. Já nasci tomando na cabeça.
Com um pouco mais de reflexão sobre minha gênese, cheguei a uma conclusão: Posso não ter sido planejado pelos meus pais humanos. Mas as evidências levam a crer que fui planejado por meu Pai Celeste. Eu prefiro assim. Tudo que os humanos planejam acabam em merda mesmo.
Não que eu seja algo muito diferente disso.
(Escrito por Danilo Gentili em 24/1/2005 )
Nasci por uma ferida
Hoje descobri que nasci por acidente. Sou fruto do acaso. Ao contrário de uma lata de lixo, por exemplo, que foi projetada antes de ser feita, meus pais não me planejaram. Sou um acidente.
Minha mãe me contou hoje, na hora do almoço, como foi que eu nasci. Ninguém me queria. Aconteceu que ela tinha uma ferida no útero. O médico mandou suspender os anticoncepcionais para o tratamento. Foi aí que eu entrei na história (e na minha mãe também). Nasci graças a uma ferida.
Um mês depois da minha mãe engravidar, manifestou-se um câncer em meu pai. Ele não poderia ter filhos nunca mais. Se tivessem esperado um mês pra me ter, não teriam me tido nunca mais. Não metido, mas me tido. O câncer não privou meu pai disso. Menos mal pra ele.
Minha mãe foi casada com meu pai até que a morte os separou, ou seja, até os 50 anos. Depois dos 50 não dá pra ter filhos. Seis meses depois de perder meu pai, minha irmã mais velha se foi. Resumindo: Se não tivesse ocorrido um acidente naquele exato momento (nem um mês mais tarde) minha mãe estaria sozinha hoje.
Minha mãe conta também que estou vivo por sorte. Nasci de fórceps e estava enforcado pelo cordão umbilical. Foi um parto delicado, e corri risco de vida. Faltou oxigênio em meu cérebro e os médicos não sabem até hoje como não fiquei com nenhuma seqüela (era pra eu ser retardado, ou algo assim). Minha mãe explicou que eu era a criança mais feia da maternidade. Devido ao fato de ter sido tirado com um "pé de cabra" a força, minha cabeça tinha muitos ematomas e estava todo deformado.
Agora encaixo uma coisa com a outra. Não é por acaso que sou feio e maluco. Minha mundofobia pode ser fruto de tudo isso também. Já nasci tomando na cabeça.
Com um pouco mais de reflexão sobre minha gênese, cheguei a uma conclusão: Posso não ter sido planejado pelos meus pais humanos. Mas as evidências levam a crer que fui planejado por meu Pai Celeste. Eu prefiro assim. Tudo que os humanos planejam acabam em merda mesmo.
Não que eu seja algo muito diferente disso.
(Escrito por Danilo Gentili em 24/1/2005 )
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