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30 março, 2014

Renganeschi… um gol para entrar na história by tardesdepacaembu



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O velho Renga sabe das coisas! Foi com essa fama que ele chegou ao Parque São Jorge naquela manhã de junho de 1978, quando o Brasil inteiro estava de olho na televisão acompanhando a Copa da Argentina.
Em seu primeiro treino na Fazendinha, manteve a postura séria de sempre, determinando ao professor Teixeira as mudanças nos tipos de exercícios junto ao elenco alvinegro.
Renganeschi no Parque São Jorge. Crédito: revista Placar – 23 de junho de 1978.
Renganeschi no Parque São Jorge. Crédito: revista Placar – 23 de junho de 1978.
Naquele ano, o Corinthians não fazia uma boa campanha no campeonato brasileiro e a diretoria optou por trazer o homem que havia feito o Londrina voar alto no campeonato nacional de 1977.
Segundo o Almanaque do Corinthians de Celso Unzelte, Renganeschi comandou o alvinegro apenas em 21 oportunidades durante o ano de 1978, com 10 vitórias, 7 empates e 4 derrotas.
1934 - Renganeschi (Independiente) e Villalba (San Lorenzo).  Crédito: revista El Gráfico publicada no site somoscuervos.com.ar.
1934 – Renganeschi (Independiente) e Villalba (San Lorenzo).
Crédito: revista El Gráfico publicada no site somoscuervos.com.ar.
Renga com a camisa do Bonsucesso.
Renga com a camisa do Bonsucesso.
Armando Federico Renganeschi nasceu em Capitán Sarmiento, na Argentina, em 10 de maio de 1913. Começou a carreira profissional no Independiente, clube onde permaneceu até o início da década de quarenta.
Mas há uma grande lacuna em sua história. Como ele desembarcou no futebol carioca? Algumas fontes registram uma rápida passagem pelo Bonsucesso antes de chegar as Laranjeiras no ano de 1941.
O certo é que Renganeschi chegou a tempo de participar do elenco comandado pelo técnico Ondino Vieira, que faturou o campeonato carioca de 1941.
Uma das formações do Fluminense no inicio dos anos quarenta. Em pé temos: Malazzo. Norival. Spinelli. Capuano. Renganeschi. Afonsinho e o técnico Ondino Vieira. Agachados: Pedro Amorim. Russo. Tim.  Pedro Nunes e Carreiro.
Uma das formações do Fluminense no inicio dos anos quarenta. Em pé temos: Malazzo. Norival. Spinelli. Capuano. Renganeschi. Afonsinho e o técnico Ondino Vieira. Agachados: Pedro Amorim. Russo. Tim. Pedro Nunes e Carreiro.
Ao lado de Batatais, Machado, Mallazo, Brant e Afonsinho, o zagueiro argentino formou uma linha defensiva robusta, o suficiente para segurar o Flamengo no famoso “FlaxFlu da lagoa” e ficar com a taça.
Em junho de 1944 começaram os entendimentos para sua transferência junto ao São Paulo F.C. No mês seguinte, Renganeschi desembarcou na estação da Luz para mais uma etapa de sua carreira.
Zagueiro clássico, pontual e durão quando necessário, seu domínio de bola era digno dos habilidosos meio campistas da época. Campeão paulista em 1945, entrou definitivamente para a história do tricolor na decisão do estadual de 1946.
Noronha e Renganeschi. Crédito: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada - 13 de setembro de 1947.
Noronha e Renganeschi. Crédito: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada – 13 de setembro de 1947.
Crédito: Jornal A Gazeta Esportiva 1270.
Crédito: Jornal A Gazeta Esportiva 1270.
Naquele certame, São Paulo e Corinthians disputaram o título palmo a palmo até a última rodada.
O tricolor enfrentaria o Palmeiras (sem chances matemáticas de conquista), enquanto o time do Parque São Jorge dependia de ao menos um empate para provocar um jogo extra contra o São Paulo.
Logo no início do encontro contra o alviverde, Renganeschi se machucou e como as substituições não eram permitidas, o argentino foi deslocado para a ponta esquerda apenas para permanecer no gramado.
Momento em que Renganeschi marcou o gol que garantiu o título paulista de 1946 ao São Paulo. A foto é de 10 de novembro daquele ano em clássico contra o Palmeiras no Pacaembu.
Momento em que Renganeschi marcou o gol que garantiu o título paulista de 1946 ao São Paulo. A foto é de 10 de novembro daquele ano em clássico contra o Palmeiras no Pacaembu.
O velho Renga sempre guardou com carinho o gol marcado naquele clássico de 1946.
O velho Renga sempre guardou com carinho o gol marcado naquele clássico de 1946.
A partida caminhava para um empate sem gols até os 37 minutos da segunda etapa, quando um cruzamento na grande área surpreendeu o goleiro Oberdan Cattani.
A bola resvalou entre as enormes mãos de Oberdan e o travessão, sobrando em rebote para o “manquitola” Renganeschi empurrar o couro marrom para dentro das malhas esmeraldinas.
Foi seu único tento com a camisa tricolor, onde atuou até dezembro de 1948, quando o jovem Mauro Ramos de Oliveira apareceu para ocupar seu lugar. Conforme alguns registros, Renganeschi ainda jogou algumas partidas pelo Jabaquara antes de encerrar sua carreira.
Segundo o Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa, Renganeschi realizou um total de 103 jogos pelo São Paulo, obtendo 60 vitórias, 23 empates, 20 derrotas e um único gol marcado.
Em 1963, o Palmeiras tinha como treinador o argentino Renganeschi que, nos anos quarenta, era excelente zagueiro do São Paulo. Ele aparece na foto ao lado da grande figura do time palmeirense, Ademir da Guia. Crédito: museudosesportes.blogspot.com.
Em 1963, o Palmeiras tinha como treinador o argentino Renganeschi que, nos anos quarenta, era excelente zagueiro do São Paulo. Ele aparece na foto ao lado da grande figura do time palmeirense, Ademir da Guia. Crédito: museudosesportes.blogspot.com.
Crédito: revista Placar – 29 de outubro de 1971.
Crédito: revista Placar – 29 de outubro de 1971.
Iniciou sua trajetória como treinador nas divisões de base do próprio São Paulo para onde retornou dez anos depois para comandar a equipe principal.
Entre as várias equipes dirigidas, destacamos a Ferroviária de Araraquara, Guarani, Palmeiras, Prudentina, Independiente da Argentina, Flamengo, Portuguesa Santista, Paulista de Jundiaí, Comercial de Ribeirão Preto, Ponte Preta, Londrina e Bahia.
Conforme publicado na revista Placar, Renganeschi faleceu na cidade de Campinas (SP), no dia 11 de outubro de 1983, aos setenta anos de idade.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Luís Antonio Nascimento), revista El Gráfico, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, site do Milton Neves (por Marcelo Rozenberg), Jornal A Gazeta Esportiva, saopaulofc.net, somoscuervos.com.ar, museudosesportes.blogspot.com, blogsoberanoarruda.blogspot.com.br.

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