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31 maio, 2013

1925 – ALBERT EINSTEIN NO BRASIL - Imagens Históricas


# 1925 – ALBERT EINSTEIN NO BRASIL:

De 4 a 12 de maio de 1925, o quarto de número 400 do tradicional Hotel Glória, na cidade do Rio de Janeiro, abrigou uma das maiores personalidades do século XX.

Nestes dias, o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), percorreria vários pontos turísticos da então capital do Brasil, como o Pão de Açúcar, o Corcovado e a Floresta da Tijuca. O fascínio com a maravilhosa natureza tropical e o interesse nas diferentes tradições culturais foram permanentes em Einstein durante sua visita. 

As anotações de seu diário fazem referência constante à flora que “supera os sonhos das mil e uma noites”, notam a “deliciosa mistura étnica nas ruas” e comentam sobre a influência do clima quente e úmido no comportamento humano. No dia 6 de maio, Einstein visitou o presidente da República, Artur Bernardes, e alguns ministros de Estado.

Seu programa turístico-científico incluiu visitas a diversas instituições: Museu Nacional (a 7 de maio), Instituto Oswaldo Cruz (atual Fundação Oswaldo Cruz, a 8 de maio, onde ele aparece na foto desta publicação ao lado do cientista Carlos Chagas) e Observatório Nacional (a 9 de maio). Visitou também, no dia 11, o Hospital dos Alienados. Através das ondas da Rádio Sociedade, dirigiu, em alemão, uma mensagem breve ao povo brasileiro, traduzida em seguida pelo químico Mário Saraiva. Na mensagem, Einstein falou da importância dos meios de comunicação radiofônica para a difusão da cultura e do conhecimento científico, desde que utilizados por pessoas qualificadas.

A primeira de suas palestras no Brasil, versando sobre a teoria da relatividade especial, ocorreu no Clube de Engenharia, no dia 6 de maio. O auditório estava completamente lotado por professores, autoridades, jornalistas, alunos. Para muitos, mais importante do que entender o que seria dito era ver e ouvir o cientista mais famoso do mundo. Sobre essa conferência, Einstein escreveu em seu diário: “Às 4:00 PM, primeira conferência no Clube de Engenharia em um auditório lotado, com barulho da rua. As janelas estavam abertas. A acústica não permitia o entendimento. Pouco científico.” A segunda conferência, agora sobre a teoria da relatividade geral, deu-se na Escola Politécnica, no dia 8 de maio, e os organizadores limitaram o número de pessoas para evitar os atropelos da primeira palestra.

Einstein deixou o país com destino à Europa, no dia 12 de maio. Sua visita, amplamente noticiada pela imprensa brasileira, influenciou e deu novo alento à pequena e emergente elite acadêmica do Rio de Janeiro em sua luta pelo estabelecimento da pesquisa ‘pura’, como era designada a pesquisa básica, e para a difusão das idéias da física moderna no Brasil. Quando deixou o Rio, o físico alemão enviou, do navio, uma carta ao Comitê Nobel, sugerindo o nome do marechal Cândido Rondon para o prêmio Nobel da paz. Embora não tivesse encontrado Rondon pessoalmente, Einstein ficou muito impressionado com o que ouviu sobre suas atividades “na integração das tribos indígenas ao homem civilizado, sem o uso de armas nem de qualquer tipo de coerção.”