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22 junho, 2012

UM CURSO DESEJANTE PARA VAN GOGH

O Espetáculo ( c.1840), MONNIER
Le Spetacle, Paris,  Musée du Louvre, Département des Arts graphiques

Van Gogh está mais tranquilo e melhor adaptado. Ele está trabalhando com modelos e ainda quer ser um ilustrador de livros e revistas. Ele fala sobre algumas referências em retratos do cotidiano e costumes:
" Meu Caro Théo,
Quase todos os dias tenho algum modelo; um velho contínuo, ou algum operário, um moleque que eu faço posar. Domingo que vem, talvez eu tenha um ou dois soldados que virão posar. E como agora não estou mais de mau humor, faço de você, e de todo o mundo em geral, uma idéia completamente diferente e melhor. Também voltei a desenhar uma paisagem, uma chameca, o que não fazia há muito tempo.
Gosto muito de paisagens, mas gosto dez vezes mais daqueles estudos de costumes, às vezes de uma verdade assustadora, como os de Gavarni, Henry Monnier...
Henri Bonaventure Monnier foi um artista, escritor, dramaturgo e cartunista francês cuja sátira a burguesia de sua época se tornou conhecida internacionalmente. Dotado de um grande senso de observação, teve relacionamentos com grandes nomes de sua época como  Alexandre Dumas, Théophile Gautier, Stendhal, Eugène Sue, Prosper Mérimée, Eugène Scribe, Eugène Delacroix (com quem trocou correspondência), Louis Boulanger e Honoré de Balzac, o que abriram muitas oportunidades.
Nascido em Paris no dia 7 de junho de 1799 (embora algumas fontes considerem o dia 8 de junho de 1805) nascido de uma família pobre cujo pai era um empregado honesto. Em uma infância pobre, aos 10 anos recebe, por força do destino, um pequeno uniforme de soldado lançeiro polonês. Todas as crianças da época brincavam com esta vestimenta bélica. Ele passa a estudar no Liceu Bonaparte, e estava na quinta-série quando ocorreu o desastre de 1814. No dia quando os cosacos entram em Paris, o pequeno Monnier encontra a escola fechada e tenta voltar para casa, mas no meio do caminho vê a cidade tomada por um desfile dos inimigos, imagem que marcou o pequeno.
Com a mudança de regime a escola passa a ter um censor, e o jovem garoto passa a espalhar charges muito bem feitas deste por toda a escola, criando personagens como Romulo e Cassandra através de falas dignas de uma comédia teatral contra o censor Legrand. Ao sair da escola ele tinha pouca chance de entrar na universidade, e por isso seu pai o fez entrar na profissão de notário, na época habitual aos primogenitos. Era uma profissão pouco lucrativa apesar de ele saber inglês e de onde não sobrava muito tempo. Logo ele passa a trabalhar na divisão de assuntos criminais do Ministério da Justiça, o que lhe deu uma noção para depois escrever seu personagem mais famoso, o burocrata Prudhomme.
Ele pensa entrar no exercito mas com a morte de Napoleão o militarismo estava em baixa, e então pensa no comércio. Mas ao andar um dia pelo Louvre encontra um amigo de infância que estava trabalhando com pintura e ganhado bem, conseguindo por volta de 200 francos ao mês, além de ter tempo para se divertir. Logo ele pede demissão mo ministéio e com entusiasmo Monnier começa a estudar arte nos ateliers de Anne-Louis Girodet-Trioson, deixando sua família em crise, mas o jovem continua seus estudos e busca criar ilustrações em charges, tendo rapidamente seu talento percebido. Posteriormente entra para o atelier Antoine-Jean Gros, além de ser bastante influenciado pelo trabalho de Honoré Daumier.
Em 1822 ele se instala em Londres com Eugène Lamy, e só volta a França cinco anos depois.Por volta de 1828 ele tinha se estabelecido como ilustrador e na década de 1830 ele começou suas escritas satíricas. Entre 1827 e 1832 ele produziu diversos álbuns de litografia que satirizava as fisionomias e a moral dos contemporâneos e da juventude reacionária. Em 1834 ele se casa com a atriz do Teatro da Monnaie Caroline Péguchet, na cidade de Bruxelas.
Monnier, obsessecado pela mesquinhês e mediocridade da vida da classe-média, criou os personagens Sr. e Senhora (Monsieur et Madame) Joseph Prudhomme como ideal representativo da burguesia complacente francesa. Ele os usou para atacar as pretenções e loucuras de sua era em charges, comédias de palco e romances. Ele ainda retratou como ator Prudhomme no palco e vistiu-se no papel da vida privada.
Suas ilustrações foram usadas em livros de Balzac, Eugène Sue, "les chansons de Béranger", "Le Diable à Paris", "Les Français peints par eux-mêmes". Além disso colaborou para dezenas de revistas populares, criando um retrato da vida francesa no La Caricature, l'Almanach charivarique, Le Voleur, etc.
A partir da década de 1850 ele se dedicou principalmente a escrita e ao teatro. De sua obra para o teatro se destaca "Os mendigos" (1829), "A família improvisada" (1831), Grandeza e decadência de M. Joseph Prudhomme (1852), "Pintores e burgueses" (1855) e "Comédias Burguesas" (1858).
Ele morreu no dia 3 de janeiro de 1877 em Paris.
Paul Gavarni- Retrato de Henry Monnier (c.1870) , musée national du château de Compiègne
Henry Monnier- Desenho do Monsieur Prudhomme, Paris, Maison de Balzac
Caso deseje se aprofundar mais sobre a vida, a carreira de ilustrador e caricaturista de Monnier, a biblioteca virutal Gallica possui uma biografia em francês sobre o autor... Bonne lecture.
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Subject: Resumo diário


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