Ações das gigantes de tecnologia americanas despencaram ontem depois que o aplicativo de inteligência artificial (IA) chinês DeepSeek subiu para o primeiro lugar em downloads na loja da Apple nos EUA.
O índice Nasdaq, o principal do setor, fechou em queda de mais de 3%. Apenas a NVidia, líder do mercado de chips de alta capacidade e principal fornecedora de microprocessadores para IA, perdeu cerca de U$ 500 bilhões de seu valor de mercado.
Lançada na semana passada, a versão mais recente do aplicativo da DeepSeek tem desempenho equivalente ou superior ao de concorrentes, como o ChatGPT da OpenAI, e foi desenvolvido a uma fração do custo.
Além de desafiar a hegemonia das empresas americanas em IA, o feito da DeepSeek coloca em questão a eficácia da política do governo dos EUA de impedir a exportação dos componentes eletrônicos mais sofisticados para a China.
Donald Trump assinou uma série de decretos ontem ordenando ao Pentágono que reincorpore militares afastados por não se vacinarem contra a covid-19 e que invista na criação de um sistema de defesa antimísseis inspirado no Domo de Ferro israelense.
Trump também exigiu o fim das políticas de inclusão e a eliminação "da ideologia transgênero" das forças armadas.
A medida não proíbe explicitamente o recrutamento de pessoas transgênero, mas afirma que "a adoção de uma identidade de gênero inconsistente com o sexo de um indivíduo entra em conflito com o comprometimento de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, inclusive em sua vida pessoal".
Maduro: Desentendimento com Brasil são 'águas passadas'
Nicolás Maduro afirmou que os desentendimentos com o Brasil são "águas passadas". A declaração foi feita em entrevista exclusiva ao site Opera Mundi, divulgada ontem.
"[Devemos] ver o novo cenário da geopolítica mundial, a situação da nossa América e priorizar as relações entre o Brasil e a Venezuela, relações pacíficas, de cooperação, de irmandade, de progresso econômico."
O presidente venezuelano também disse que "não houve crise, não há crise, nem haverá crise" com o Brasil.
A relação entre os dois países, porém, sofreu abalos após a contestada eleição de Maduro em julho do ano passado. O Brasil não reconhece a sua vitória e trabalhou para impedir que a Venezuela fosse aceita como integrante do Brics, na última reunião de cúpula do bloco, em dezembro.
Clima ameaça redução da fome na América Latina
Eventos climáticos extremos afetaram três quartos dos países da América Latina e do Caribe em 2024, incluindo o Brasil, que está no grupo de 13 países onde o problema é maior.
A situação provocou perdas na safra agrícola e coloca em risco a redução da fome na região no futuro, de acordo com um relatório produzido por cinco agências da ONU.
Segundo o estudo, a fome afetou 41 milhões de pessoas, o equivalente a 6,2% da população da região em 2024. O número é 2,9 milhões menor do que em 2023.
O relatório também mostra que, no Brasil, 16% da população está sujeita à insegurança no acesso à água, índice que sobe para cerca de 30% entre os mais pobres, com alto risco de que esse problema se reflita na segurança alimentar.
Lula diz que irá visitar Putin
O presidente Lula conversou ontem por telefone com Vladimir Putin e confirmou sua intenção de atender ao convite do russo para viajar a Moscou em maio e assistir às comemorações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial.
A conversa não estava na agenda de Lula e ocorre em meio à crise de deportação de brasileiros sem visto de residência nos EUA. Segundo o Itamaraty, porém, o assunto não foi discutido pelos dois líderes.
De acordo com um comunicado do Palácio do Planalto, Lula expressou "preocupação com o cenário internacional e reafirmou o compromisso do Brasil com a promoção da paz".