Após a cerimônia de posse ontem em Washington, Donald Trump assinou uma série de decretos, colocando em prática muitas de suas promessas de campanha.
O novo presidente, no entanto, não elevou as tarifas de importação no seu primeiro dia de governo, como disse que ia fazer. Trump afirmou que a iniciativa está em estudo e uma sobretaxa de 25% sobre produtos do México e do Canadá deve ser adotada a partir de 1º de fevereiro.
Entre as medidas confirmadas estão:
Trump: Não precisamos do Brasil
Donald Trump disse que os Estados Unidos não precisam do Brasil. "Eles precisam de nós muito mais que nós deles. Nós não precisamos deles."
Em seguida, ele acrescentou que espera uma relação bilateral "excelente" com o país.
Trump também voltou a ameaçar taxar em 100% produtos do países do Brics, caso o bloco tente usar moedas locais no comércio internacional, mas disse não acreditar que a ideia vá adiante. "Não há como fazer isso, Vão desistir."
A proposta já foi levantada por alguns países do bloco, mas não há nenhum projeto concreto para colocá-la em prática. O Brasil faz parte do Brics e, atualmente, preside o bloco.
O presidente Lula disse esperar que os EUA continuem sendo "um parceiro histórico". "Não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia."
Repercussão internacional
Líderes globais usaram as mensagens de felicitação a Donald Trump para expressar preocupações e desejos.
O russo Vladimir Putin afirmou estar "aberto ao diálogo" sobre a Ucrânia para alcançar uma "paz duradoura", e não apenas "uma breve trégua".
Já Volodymyr Zelensky afirmou que a volta de Trump à Casa Branca representa uma "oportunidade" para alcançar uma "paz justa" na Ucrânia.
Segundo a comissária Ursula Von der Leyen, a União Europeia quer trabalhar com os EUA para enfrentar "desafios globais" e "fortalecer a segurança comum".
E o papa Francisco disse esperar que, sob Trump, não haja espaço "para ódio, discriminação ou exclusão" na sociedade americana.
Desculpe por Biden
Em uma de suas últimas medidas no cargo, Joe Biden concedeu indulto presidencial preventivo a cinco familiares (três irmãos e dois cunhados) e a pessoas consideradas por Trump adversários políticos, como a ex-deputada republicana Liz Cheney e ex-conselheiro-médico da Casa Branca, Anthony Fauci, além de participantes da pesquisa sobre a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021.
Em comunicado, ele justificou o ato como uma forma de prevenir que essas pessoas sejam "alvos de processos injustificados e politicamente motivados".
Donald Trump ameaçou repetidamente usar o Departamento de Justiça e até as forças militares contra adversários políticos, incluindo a família Biden, após tomar posse.
Ontem, em mensagem a uma repórter da rede de TV NBC, ele classificou o perdão concedido por Biden de "uma vergonha" e afirmou que "muitos são culpados de crimes graves".