Esta semana, o republicano Donald Trump foi empossado na Casa Branca, acontecimento que marca o retorno da extrema direita ao poder na (ainda) maior economia e principal potência militar mundial: os Estados Unidos. Trump é o primeiro presidente condenado por crimes federais a assumir esse posto no país.
O caráter ultraconservador de sua posse já estava patente na lista de convidados: líderes da extrema direita mundial como o presidente argentino Javier Milei e o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia. Até Jair Bolsonaro tentou participar da festa, mas foi barrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Trump agiu de acordo com o figurino e carregou na retórica extremista em um discurso mais reacionário em relação à sua posse anterior, em 2017. O republicano foi mais explícito em suas intenções e nos ataques contra as políticas raciais e de gênero nos EUA, contra a população migrante e em seus arroubos expansionistas. E ainda coube ao bilionário Elon Musk escancarar o caráter fascista da nova administração.
Com o compromisso editorial de denunciar e combater a extrema direita mundial, o Brasil de Fato fez uma cobertura crítica e aprofundada das ameaças que esse novo governo representa para os povos e movimentos populares do Sul Global.
Por meio de nossas correspondências, trouxemos, em primeira mão, reações às medidas que começaram a ser implementadas nos primeiros momentos do governo Trump, como a reinserção de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo.
"É doloroso porque, no final, quem mais sofre, quem mais sente as consequências dessas decisões, é o povo cubano. A verdade é dolorosa porque mata as ilusões, mata as esperanças", disse o jovem cubano Diego de la Torre Castro à reportagem do BdF em Havana.
Frente às ameaças do fascismo trumpista, levamos para a nossa comunidade de leitores as perspectivas de resistência por parte dos governos progressistas da região, assim como análises desse episódio histórico pela ótica da esquerda estadunidense, que não se vê representada pelo partido Democrata e é crítica à administração de Joe Biden.
Luisa Martínez, que integra o comitê político nacional dos Socialistas Democráticos da América (em inglês: Democratic Socialists of America, DSA), anunciou ao Brasil de Fato que a organização terá como principal bandeira de oposição a proteção dos migrantes - alvo de ameaças da deportação em massa pelo governo republicano - “para proclamar que, se o capital pode mover-se através das fronteiras, então as pessoas também podem”, defendeu.