O LA Times, por exemplo, afirmou que o prêmio para a atriz foi a "única reviravolta verdadeira", enquanto o The Guardian colocou o triunfo dela como o mais surpreendente da noite. De fato, foi inédito ver uma brasileira "desbancar" cinco atrizes (loiras) de nomes cativos em Hollywood (Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet).
Sem dúvida, isso a colocou no radar da maior das premiações, mas será que ela tem chances? Os membros da Academia que decidem os vencedores do Oscar começam a escolher os candidatos nesta quarta (8) e têm até domingo (12) para fechar a lista.
Com o nome de Fernanda Torres "fresco" na memória, podemos esperar notícias boas, mas, diferente dos 300 jornalistas estrangeiros que têm o mesmo papel no Globo de Ouro, a Academia tem cerca de 9 mil profissionais da indústria para esse trabalho - ou seja, é muita cabeça pra lembrar o nome dela.
O Critics Choice Awards e o BAFTA também são cruciais na temporada de premiações, e o nome de Fernanda não está entre os indicados (mas o filme "Ainda Estou Aqui", sim!). O SAG Awards, tão importante quanto, anunciará os nomeados ainda nesta semana, mas as chances são poucas, já que o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos raramente reconhece atuações em língua não inglesa.
Poucas chances, mas não nulas - afinal, ela foi criada nos bastidores dos teatros em que seus pais trabalhavam, como disse à W Magazine, e já correu bastante para chegar aqui. Além das peças na escola de atores Tablado quando era adolescente, estreou jovem na televisão: aos 14, participou da novela "Baila Comigo", de Manoel Carlos. O primeiro longa, dos mais de 20 no currículo, aconteceu quando ela tinha 18 anos, "Inocência". Vani, de "Os Normais", e Fátima de "Tapas e Beijos" (ou "Slap & Kisses", como o Globo de Ouro escreveu), são as personagens que conquistaram o brasileiro.
Sem contar os livros que levam sua assinatura ("Fim", de 2013, que virou série em 2023; “Sete Anos”, de 2014; e “A Glória e Seu Cortejo de Horrores”, de 2017). Como roteirista, marcou sua estreia em 2019, com o longa “O Juízo”, mas também foi responsável pelo roteiro que adaptou “Fim” para o streaming.
Isso quer dizer que há espaço de sobra para mais um "título" para Fernanda: o de vencedora de Oscar.