Posso te pedir um favor? Vamos falar de São Paulo? Vamos parar de falar de religião, que isso não leva a nada. Por respeito aos eleitores, vamos falar dos problemas da cidade, disse o candidato ao apresentador César Tralli.
Era a terceira pergunta do jornalista sobre as convicções religiosas do candidato. A primeira, sobre se ele, caso eleito, governaria São Paulo conforme os preceitos da Universal, igreja à qual pertence parte da cúpula do PRB e da coordenação de sua campanha. A segunda, sobre a suspeita de que colaboradores da Universal estariam usando a estrutura da igreja para fazer campanha. A última, que levou o postulante a perder a paciência, era relacionada ao fato de ser apoiado por evangélicos e se declarar católico.
Russomanno reagiu dizendo que São Paulo tinha problemas mais graves a serem discutidos. A saúde, por exemplo, está abandonada.
Tralli interrompeu o convidado com o argumento de que era interessante ao eleitorado saber o histórico e aliados do candidato. Posso terminar?, rebateu Russomanno. Isso é uma entrevista, não um programa eleitoral, retrucou Tralli.
O assunto religião foi encerrado com outra pergunta incômoda ao candidato, acerca de uma ação trabalhista movida por uma ex-funcionária. Ela alega, na Justiça, ter sido paga com recursos públicos quando ele era deputado (ela seria funcionária fantasma da Câmara).
O jornalista perguntou se o pagamento de 120 mil no acordo trabalhista era uma confissão de culpa.
Russomanno se irritou novamente. Disse que a ação já estava julgada e que as acusações não foram provadas. Eu paguei porque foi feito um acordo em juízo. Ela trabalhou 14 anos comigo e tenho o maior respeito por ela.
Sobre as acusações, sugeriu que eram invenções do advogado da ex-funcionária. Numa ação trabalhista se escreve de tudo. O advogado pode escrever o que quiser, disse, sem esconder a irritação.
Foi o segundo bate-boca público protagonizado pelo candidato desde que se tornou líder das pesquisas de intenção de voto em São Paulo. O primeiro aconteceu durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, quando ele já havia se irritado com as perguntas relacionadas ao seu histórico e as ligações de seu partido com a Igreja Universal
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