04 agosto, 2014

Texto de Fauzi Arap/Um Jeito Estúpido de Te Amar - Maria Bethânia (1974)

 

 Eu vou te contar que você não me conhece,
e eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não
me ouve.
A sedução me escravisa a você
ao fim de tudo você permanece comigo mas prezo ao que
eu criei
e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo
maior nos separa.
você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das
atenções.
Mas a mentira da aparencia do que eu sou,
e a mentira da aparencia do que você é
Porque eu
eu não sou o meu nome,
e você não é ninguém
o Jogo perigoso que eu pratico aqui
ele busca chegar ao limite possível de aproximação
através da aceitação da distância e do reconhecimento
dela
entre eu e você existe
a noticia que nos separa
eu quero que você me veja nu
eu me dispo da noticia
e a minha nudez parada
te denuncia e te espelha
eu me delato
tu me relatas
eu nos acuso e confesso por nós
assim me livro das palavras
com as quais
você me veste

Um Jeito Estúpido De Te Amar
Isolda e Milton Carlos

Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mais o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar


 

 EU AMO MARIA BETHANIA






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