01 agosto, 2014

Pesadelo de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós by esquizofia

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“Olha aí”, vinilesquizofílicos! Raridade! Joia-raríssima! Relíquia! A bolacha crioula do talentosíssimo Maurício Tapajós um dos mais engajados compositores do cancioneiro político brasileiro. É dele a obra de resistência política com parceria de Paulo César Pinheiro, Pesadelo/De repente, composta em 1974. Sua primeira bolacha crioula foi João, amor e Maria.
Embora esta bolacha crioula tenha sido gravada no Estúdio Hara, em janeiro e fevereiro do ano de 1980, pela Saci Produções Artísticas Fonográficas e Editoriais Ltda, algumas destas joias-raras já haviam sido gravadas na década de 70. Como por exemplo, Pesadelo/De repente, que teve a interpretação do MPB-4, e que fora censurada. Outra relíquia muito executada foi a Tô Voltando, que conta a mensagem dos que exilados de volta ao Brasil depois de serem perseguidos pela ditadura civil-militar que oprimiu grande parte da sociedade brasileira entre os anos de 1964 e 1985. Outra. Querelas dos Brasil que Maurício Tapajós compôs com o psiquiatra-trânsfuga, Aldir Blanc e foi gravada por Elis Regina.  
Quem pretender fazer o inventário político do Brasil desta época tem que pesquisar essa bolacha crioula. Nela encontrará os rastros necessários para o insight daquela época antihumana.
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LADO – A
- Falando de Cadeira/Tô Voltando/Rotina de Lar/Dama da Noite e Resta Sobre o Bar.
LADO -B
Mudando de Conversa/Sem Pena de Mim/Querelas do Brasil/Filha da Vizinha e Pesadelo/De repente.
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Direção Artística:
Paulo Cesar Pinheiro e Maurício Tapajós.
Arranjos:
Antônio Adolfo, Gilson Peranzzetta, Ary Sperling, João Carlos Rebouças, Miltinho do MPB-4 e Mauríco Tapajós.
Capa:
Lay-Out: Maurício Tapajós.
Fotos:
Isis Baião
Arte Final:
Mello Menezes.
Coordenação Gráfica:
Oscar Paolillo.


 Pesadelo
(Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro)


Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta
E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente olha eu de novo
Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã, olha aí