01 agosto, 2014

DOCUMENTÁRIO, “QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE” by esquizofia

Documentário vencedor do EXPOCOM Sudeste 2014 na categoria "Produção Laboratorial de Videojornalismo e Telejornalismo".

Nodia 1º de julho de 2012, dois jovens, ambos de 20 anos, foram mortos por policiais militares, na cidade de São Paulo. No boletim de ocorrência, os agentes de segurança pública enquadraram o caso como "resistência seguida de morte", alegando uma suposta troca de tiros durante a abordagem. Essa versão foi contestada pelo pai de uma das vítimas, que empreendeu, por conta própria, uma investigação que culminou na prisão dos PMs envolvidos na morte de seu filho.

Este documentário foi produzido originalmente como trabalho de conclusão do curso de jornalismo, pela Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).
Lançamento: Dezembro de 2013.

Autores:
Renan Xavier
Lailson Nascimento
Daniel Santos

Na madrugada do dia 1° de julho de 2012, César Dias de Oliveira, de 20 anos, e seu amigo Ricardo Tavares da Silva, também de 20 anos, que trafegavam pela Avenida Pablo Casals quando ultrapassaram uma viatura policial. Na manhã do mesmo dia, seus pais foram avisados que os corpos encontravam no hospital.
Com os dois rapazes mortos, a polícia apresentou a versão de que eles haviam resistido à ordem de parar e passaram a tirar nos policiais que revidaram. Daniel Eustáquio de Oliveira, pai de César Dias de Oliveira, não acreditou na versão da polícia, e começou a investigar a causa verdadeira das mortes dos dois rapazes.
Foi então, que os estudantes de jornalismo Renan Xavier, Lailson Nascimento e Daniel Santos, conhecedores do fato resolveram realizar um documentário sobre o caso. Daí nasceu o “Quando Eu Me Chamar Saudade”. Documentário que apresenta a luta do pai para desvendar o motivo dos crimes até o julgamento e condenação dos policiais.
“Meu nome é Daniel Eustáquio de Oliveira, pai de César Dias de Oliveira, de 20 anos, que foi assassinado pela polícia em primeiro de julho de 2012, junto com seu amigo Ricardo Tavares da Silva, também de 20 anos, em uma ‘suposta’ resistência seguida de morte.
Três horas após eu receber a notícia da morte do meu filho, eu corri para este local, a Avenida Pablo Casals, que foi onde aconteceu o assassinato. A partir desse dia passei a via aqui todos os dias fazer uma investigação particular porque a história não batia” observou Daniel.
Um dia quando ele fazia sua investigação particular, um policial chegou à cena do crime e começou a contradizer suas investigações, e Daniel rebateu.
“Você está falando que meu filho, fugindo da polícia, caiu com a moto, saiu tombando e levantou atirando contra a guarnição. Me mostre um arranhado que seja nesta moto. Ela não caiu, ela foi deitada no local que estava. Não tem frenagem de carro nem de moto, não tem hematoma de tombo. Outra: segundo a ocorrência, meu filho vinha descendo com a moto e a viatura atrás. Por que os tiros estão na frente e na transversal, não tem nada em paralelo e na diagonal? Ele chegou bem pertinho de mim e disse: ‘Cara, os policiais fizeram merda’.
Foi então, que apareceu a testemunha-chave que viu o ocorrido e contou como se deu. Segundo ela, a moto cruzou a viatura e um policial colocou a cabeça para fora e começou a atirar.
“Atiraram neles sem que esboçasse qualquer reação. Eles não atiraram nenhuma vez nos policiais. Nem para trás eles chegaram a olhar”, disse a testemunha.
Não precisa mais delongas contando o corrido. Basta só assistir o documentário dos cinegrafistas Renan Xavier, Lailson Nascimento e Daniel Santos. É para analisar e entender a insegurança nas metrópoles criadas pela violência policial.