Traços, vozes, trejeitos e sorrisos que quase se confundem de tão parecidos. As semelhanças entre Tarcísio Meira, de 77 anos, e Tarcísio Filho, de 48, não são mera coincidência. Mas param por aí. O patriarca da família, no ar atualmente como Tibério Vilar, de “Saramandaia”, assume sua posição de pai coruja e não economiza elogios a Tarcisinho, o Nelson da novela “Sangue bom”.
— Não há como comparar. Ele é todo melhor do que eu. Tem uma personalidade muito própria e habilidades que eu não tenho, como velocidade para lidar com assuntos tecnológicos — derrete-se o veterano.
Ser filho de um galã do primeiro escalão da TV nunca foi intimidador. Mas fazer o remake de um trabalho protagonizado pelo pai sempre esteve fora de cogitação.
— Acho perigoso. “Irmãos Coragem” significou tanto para a década de 70. É uma obra que mexeu muito com o imaginário do público — opina o ator, que garante ter sido uma criança comportada: — Eu fazia as coisas na surdina. Não era de aprontar. E nós sempre fomos muito próximos. Mas já recebi broncas memoráveis. É muito difícil irritar meu pai, mas quando isso acontecia...
A paternidade mudou completamente a vida de Tarcísio Meira, casado há 51 anos com a atriz Glória Menezes.
— Não tive medo, mas pensei bastante sobre as responsabilidades de ser pai. Na hora do parto, quase me arrependi do que fiz a Glória. Pensei: “Quanto sofrimento! Como fui fazer ela passar por isso? Que criminoso você é!”.
Glória ri ao descrever o momento em que o casal saiu do hospital, em São Paulo, com o menino nos braços:
— Tarcísio andava a 20km por hora de tão preocupado com aquele bebê que dependia de nós — conta a atriz, lembrando do dia em que deu a notícia da gravidez ao marido: — Depois do exame, comprei umas roupinhas azuis e levei para casa. Era muito tarde. Eu o acordei e mostrei as peças. Ele estranhou e demorou para entender. Comecei a rir e disse: “Tarcísio, se liga!”. Foi uma gargalhada só.
A chegada de uma criança também influenciou para sempre a vida do casal.
— Meu filho transformou minha união com a minha mulher. Você não olha mais só para você, mas para a família — valoriza o pai e marido orgulhoso.
Glória destaca que o marinheiro de primeira viagem se saiu muito bem com o bebê. Na época, ela já tinha Maria Amália, então com 10 anos, e João Paulo, com 8, frutos de seu primeiro casamento:
— Ele tem as mãos grandes. Os netos adoram.
Tarcisinho optou por não ter filhos e não escapou da cobrança dos pais.
— Insinuei várias vezes, mas não foi suficiente. Ele é muito teimoso — reclama Tarcísio, que garante ser um avô superlegal e se emocionar no convívio com os netos: — Sempre fui bastante emotivo. Me comovo com um monte de coisas. Recentemente, a visita do papa Francisco, por exemplo, me tocou. Não sou religioso, mas acho que todos têm que ouvir o que ele fala.
E não é que uma das mais recentes emoções vividas pela família foi proporcionada pelo EXTRA? Tarcisinho não se esquece do episódio, que considera um dos maiores presentes que já deu ao pai.
— É muito difícil presenteá-lo. Mas ele chorou bastante na festa que o jornal fez para os dois no ano passado (o casal foi homenageado na sétima edição do Prêmio Extra de TV). Eu disse a eles que não poderia estar presente na cerimônia. Quando apareci no palco, foi aquela emoção que muita gente teve a chance de acompanhar, uma grande surpresa. A vida inteira meu pai fez a linha de durão, mas hoje em dia ele está com o coração mais mole — entrega Tarcisinho.
Tarcísio Filho elege personagens memoráveis do pai
Fã número um do pai, Tarcisinho aponta o João Coragem, de “Irmãos coragem” (1970), Renato Villar, de “Roda de fogo” (1986), Capitão Rodrigo, de “O tempo e o vento” (1985) e Hermógenes, de Grande sertão: veredas (1985) como trabalhos marcantes.
— Foi uma fase muito boa do meu pai, com ótimos personagens, um atrás do outro. Também gostei muito do Dom Jerônimo, de “A muralha” (2000).
No dia dos pais, Tarcísio Meira dá bronca no filho para que ele pare de fumar
Mas pai que é pai não abre mão de seu posto. E neste domingo, data que é dele, Tarcísio não perde a oportunidade de dar um puxão de orelha público no filho, que mais tem cara de grande demonstração de amor.
— Já fumei e acho péssimo. Gostaria de saber o que eu preciso fazer para que meu filho pare de fumar. Fico preocupado. Não tem nada pior — lamenta o zeloso Tarcisão, que depois ameniza: — Ele é companheiro. Somos unidos. Graças a Deus chegamos aqui sem grandes tropeços.
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