23 agosto, 2013

Mãe começa negócio para pagar escola da filha e hoje fatura R$ 40 milhões por ano - O Segredo

Esta história foi originalmente postada no “American Express OPEN forum” e no Mashable, é realmente uma história inspiradora, que vale a pena ser lida por qualquer um que pretende começar seu próprio negócio; digital ou não.
A vida de Julie Deane, uma egressa da Universidade Cambridge que estava dedicando seu tempo para cuidar da família, começou a mudar quando sua filha, Emily, sofreu bullying na escola. A menina havia sido jogada no chão e chutada por outros alunos. Julie decidiu então que mudaria Emily de escola – mas a instituição particular próxima à casa da família custava 12 mil libras (R$ 40 mil) por ano.

Esse foi o estopim para que Julie procurasse uma fonte de renda. Por coincidência, Emily e seu irmão mais novo, Max, estavam lendo “Harry Potter” e haviam pedido à mãe bolsas de couro iguais às dos personagens do livro. Enquanto elencava oportunidades de negócios, Julie pensou em manufaturar essas bolsas.

O começo
Julie fundou a “Cambridge Satchel Company” em sua cozinha em 2008 ao lado de sua mãe.

“Foi um destes negócios que foram fundados à partir de uma necessidade porque precisava juntar dinheiro para a escola de minha filha, que estava sofrendo bulling na escola atual. Eu prometi para ela, e quando você promete algo para uma criança, não há volta.”
Assim ela desenvolveu algumas idéias de negócios que pudesse começar com 600 euros, um deles, era uma empresa de bolsas de couro. Segundo Deane é um valor bem razoável para se começar um negócio pessoal e descobrir se o mesmo pode criar suas próprias pernas ou não.
Construindo o negócio
Decidida pelas bolsas de couro Deane sentou-se na mesa da cozinha e começou a procurar no Google por manufaturas de bolsas de mão, produtores de peças de couro, fornecedores de couro e qualquer outro fornecedor que pudesse produzir algo a partir de um “sketch” para ela. Ela vasculhou toda a internet para ter certeza que ninguém estava fazendo o mesmo que ela – algo que na era startup o pessoal chama de “ Competitor Analysis”. Quando ela teve certeza que sua empreitada era única ela foi aos manufatores para colocar a idéia em prática.
Achado o produtor da peça ela começou a trabalhar no protótipo. Com a a peça em produção ela partiu para construir um website. “ Eu não sabia nada de websites, mesmo.”, diz Deane. “Mas pensei, não deve ser difícil, deve haver um curso online.”. Ela achou um curso e passou 2 noites acordada aprendendo, na terceira noite fez o site.
“Hoje em dia todo mundo tem acesso a web, e tudo que você precisa e quer aprender está lá.”
, diz Deane. Hoje, ela dá palestras para estudantes sobre empreendedorismo, e diz a eles:
“ Você não precisa pagar ninguém para fazer seu site, SEO ou Adwords…isso é preguiça.”
Deane colocou seu site e produto em toda lista grátis que podia, das páginas amarelas e blogs de mães até o Etsy e o E-bay. “Li aquele livro “ Guerilla Marketing” que dizia que você deve tentar várias vias de marketing, se as pessoas virem seu nome vezes o suficiente, elas ficarão curiosas e irão ver o que você anda fazendo.”, diz ela.
Quando começou a vender nas cores caramelo, marrom escuro e preto, Deane começou também a engajar seus consumidores. Ela pedia a seus compradores que enviassem uma foto de suas bolsas e escrevessem um depoimento sobre o site se tivessem gostado do produto (e enviar de volta o produto se não gostassem). Ela sempre acreditou que um bom review poderia aumentar a credibilidade de seu negócio e encorajar novos consumidores a comprar. Alguns dos primeiros compradores de Deane comentaram sobre suas paixões por blogs de moda, o que mostrou um novo mundo a empreendedora.
Engajando-se com blogs de moda
“ Eu não podia imaginar que as pessoas iam a blogs de moda com tanta frequência”.
Em um destes comentários de consumidores sobre blogs, Deane resolveu escrever à um blogueiro. Contou ao mesmo sobre sua empresa e enviou-lhe uma foto com esperança de que houvesse interesse. Ela disse que não poderia enviar uma amostra –”…talvez em 1 ano se tudo for bem, mas enquanto isso, aqui vai uma foto”
Quando o produtor de couro trabalhou em um projeto usando couro tingido de vermelho e azul marinho, Deane fez alguns modelos coloridos. Ela nunca tinha produzido peças coloridas antes pois o pedido mínimo era equivalente a seis meses de vendas. ” Se eu escolhesse a cor errada, não seriam boas notícias para a escola de minha filha.” Deane diz que as 2 cores produzidas na ocasião trouxeram o momento de inspiração que ela precisava.
“No momento que coloquei-as a venda elas sumiram e ficou claro que este era o caminho”
Durante os últimos anos Deane trabalhou agressivamente com blogueiros de moda e fashionistas em ascenssão patrocinando-os e presenteando-os com modelos de suas coleções causando buzz orgânico.
A “Cambridge Satchell” construiu um forte relacionamento com estes blogueiros, inclusive produzindo peças baseadas em pedidos dos mesmos, o que permitiu que Deane pudesse aparecer na mídia tradicional. A Cambridge Satchel virou uma febre entre os fashionistas e a empresa cresceu graças aos buzz em social media e o “boca-a-boca” em blogs especializados.

Em Setembro de 2011 a “Elle” do Reino Unido entrou em contato, pedindo que Deane produzisse uma peça brilhante para um novo “trend” fluorescente que estava por vir. Sempre disposta a capitalizar-se com novas oportunidades Deane produziu as peças e enviou à blogueiros que estivessem cobrindo a semana de moda de Nova Iorque. “Quando as luzes se apagaram e começaram os desfiles, as bolsas pularam”, diz Deane. “Assim ficamos famosos; o “New York Times” e o “New York Post” nos chamaram do “estilo de rua na semana de moda de Nova Iorque”.
E claro, os blogueiros deram destaque ao produto online também. O sucesso no fashion week em 2011 atraiu grandes varejistas como a Sacks e Bloomingdales que trouxeram o produto as vitrines chamando-o de “ The Brit it bag” durante o Fashion Week em fevereiro de 2012. Foi um grande momento para nós, ficamos realmente conhecidos”, diz Deane.
E o Google nos ligou
O barulho do Fashion Week não passou desapercebido, apenas alguns meses após o evento a BBH de Londres, agência do Google, entrou em contato. Eles perguntaram por fatos e pela história do negócio dizendo que a empresa estava sendo cotada para uma grande oportunidade de mídia.
“ Não tinha ideia do que eles estavam falando, já estava ficando preocupada.”, lembra Deane.
Depois de assinar um enorme “NDA”, Deane descobriu que o cliente era o Google e que a Cambridge Satchel estrelaria um dos filmes da campanha “ A internet é oque você faz dela.”
“Julie viu a internet como fator chave de seu  sucesso”
“ Julie viu a internet como fator chave para seu sucesso”, diz Rich Pleeth, Gerente de Marketing para o Consumidor do Google. “ Foi por isso que construímos o Chrome, – para que pessoas e negócios como o de Deane tivessem uma experiência rica com a web.” Era o casamento perfeito das histórias.
Deane construiu um grande impulso para seu negócio florescer através da web, e mais especificamente através do Google. “ Desde o primeiro momento que tentei encontrar meus fonecedores, até as campanhas em adwords, os analíticos e o Google tradutor (para emails à outros países), usamos todas as ferramentas; esta é uma versão muito honesta de como a Satchel começou, sempre fiquei muito confortável com tudo isto, em nenhum momento foi difícil.” explica Deane.
Devolvendo aos blogueiros
Durante o Fashion Week de Londres, Deane abriu sua primeira loja física no Londres Convent Garden. Uma loja de dois pisos, onde a parte de baixo é inteira dedicada aos blogueiros de moda.
“ Tenho certeza absoluta que os blogueiros foram as pessoas que começaram meu negócio.”
,diz Deane.
“ Eles são grupos de pessoas que não tem escritórios, e você vai vê-los sentados em Nova Iorque ou aqui em Londres no Starbucks escrevendo seus artigos.” Agora, pelo menos em Londres eles tem o “quartel” deles, onde podem escrever, tomar seu chá, navegar na web, socializar, e é claro, usar seus “smartphones” para twittar e “instagrar” a próxima grande tendência.
“ Estou muito feliz com este espaço, acho que é um meio muito tangível de agradecer a comunidade que tanto me ajudou.”, diz Deane.
E com isso tudo que vimos fica uma grande lição:
“Pare de pensar e comece! Seu negócio só ganha forma de verdade, depois que passa a existir!”