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Carlos Eduardo Entini
Inauguração do Parque do Ibirapuera, em 1954. Foto: Oswaldo Luiz Palermo/Estadão
Inauguração do Parque do Ibirapuera, em 1954. Foto: Oswaldo Luiz Palermo/Estadão
A falta de jardins públicos em São Paulo, foi a razão central para a criação do Parque do Ibirapuera. “Numa cidade pobre de jardins centraes, como era S. Paulo, não poderíamos
perder a opportunidade que se nos apresentou de preparar o terreno para um parque em pleno coração da cidade residencial”, afirmou o relatório da administração do prefeito Pires do Rio, publicado no Estado em 27 de julho de 1930. O parque só seria inaugurado em 1954, durante as comemorações do 4º Centenário da cidade.
O local escolhido para a construção do parque fazia parte da região conhecida como Várzea de Santo Amaro. O terreno atual foi a junção de duas áreas. Uma delas com 200 mil metros, contígua à Invernada dos Bombeiros, onde está o Instituto de Biologia, foi adquirida em permuta com governo estadual. Em troca a prefeitura cedeu um terreno da Água Branca, hoje parque.
A outra parte veio com a retomada judicial da então chamada Chácara do Ibirapuera ocupada por grileiros. Um laudo, anexado ao processo apresentado à Justiça em 1928, provou que a tinta utilizada nos documentos de posse dos terrenos não batia com a data que apresentavam, muitos do século 18. Com a permuta e a vitória na Justiça, a prefeitura conseguiu 100 alqueires (2.4 mil m²), um terreno imaginado “meio termo entre o Hyde Park de Londres e o Central Parque de Nova York”, explicou o relatório. O Ibirapuera, que na língua tupi significa pau-podre ou madeira velha, foi uma aldeia criada por Anchieta em 1560.
O Estado de S. Paulo - 24/4/1928
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