09 agosto, 2013

Alex critica CBF e rede de TV pela organização do futebol brasileiro

Meia do Coritiba não poupa as críticas: 'A gente brinca aqui que os jogos de quarta só rolam depois do último beijo da novela da Globo'



Alex não tem papas na língua quando o assunto é a organização do Campeonato Brasileiro. Com seis gols, o artilheiro se mostrou insatisfeito e, alegando falta de profissionalismo, pediu mudanças dentro e fora de campo no futebol nacional.


Com muitas críticas na manga, o camisa 10 acredita que a  Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se submete à Globo, alertou que grandes jogadores não são suficientes para lotar estádios no Brasil, criticou a profissionalização de jogadores aos 16 anos (Lei Pelé) e destacou que no Brasil há mais preocupação com a parte física que técnica.

"A Lei Pelé bagunçou um pouquinho a coisa. Não sei se a culpa é do Pelé, mas a lei leva o nome dele. Quando você oferece o nome, você também oferece responsabilidade. Você ter um contrato profissional aos 16 anos, isso aí mudou muita coisa. A molecada hoje em dia chega para treinar com empresário, assessor, quatro ou cinco celulares. Para piorar, hoje é assim: 'Pô, esse garoto aí é baixo' e nem olham para ver se ele tem qualidade, tiram a conclusão somente pela altura. A nossa escola na parte técnica está perdida. É preciso deixar de lado a parte de técnica e priorizar a parte física", desabafou o meia em entrevista ao LANCE!Net.

Alex acredita que o Brasil pode encontrar o caminho certo, se parar com a "Globodependêcia". "Acho que a CBF não tem uma interferência dentro do futebol tão grande. Ela cuida apenas da seleção brasileira. Quem realmente cuida do futebol brasileiro é a Globo. A gente brinca aqui no Coritiba que os jogos de quarta-feira só rolam depois do último beijo da novela", ironizou o meia, um dos destaques do campeonato em 2013.

"A gente joga bola dez horas da noite. Eu, que vou jogar, vejo uma situação ruim, preciso ficar no hotel o dia inteiro esperando. Isso é ruim. Mas estou dentro de um hotel, confortável, tranquilão, vou jogar 90 minutos, tomar banho e vou embora para casa. E o torcedor? O cara sai de casa ou do trabalho, precisa ir para o estádio dez horas da noite, assistir ao jogo, voltar para casa, e ainda precisa acordar sete horas da manhã no outro dia. Isso é desumano. Por isso que os estádios estão vazios. A CBF é apenas uma sala de reuniões", finalizou.


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