16 julho, 2013

Ex-motorista da deputada Myrian Rios faz nova denúncia - O COMBUSTÍVEL DA ALERJ

Em seu depoimento, hoje, na Corregedoria da Assembleia Legislativa do Rio, Anderson Souza da Silva, de 35 anos, ex-motorista da deputada Myrian Rios, confirmou asacusações publicadas no blog da turma da coluna e fez uma nova denúncia. Segundo ele, um outro motorista, identificado apenas como Davi, funcionário do gabinete da parlamentar, ficava à disposição dos filhos da deputada. Anderson afirma ainda que, sob ordens de Myrian, Davi abastecia o carro da parlamentar com o cartão-combustível da Alerj para levar os filhos dela ao colégio.
- Levava ao colégio, à praia, curso, dentista... E para ele não pegar ônibus, já que ele chegava cedo, a deputada deixava ele usar o cartão para abastecer o carro dele. Ele abastecia três vezes na semana.
O depoimento de Anderson foi dado aos deputados Comte Bittecourt, corregedor da Alerj, e Luiz Paulo Corrêa da Rocha.
- Eles me fizeram muitas perguntas, perguntaram muito, muito. Fiquei lá cerca de uma hora - conta o ex-motorista.
Como a coluna publicou, no mês passado, Anderson Silva afirmou que a deputada Myrian Rios usou verba pública para abastecer o carro particular dela e até o da irmã, Maria Helena, em atividades que não tinham relação com o mandato parlamentar.
Além disso, o blog da turma da coluna publicou dados de uma planilha com os gastos do cartão-combustível da deputada, referentes aos meses de agosto, setembro e outubro de 2011. Naquele trimestre, houve dia em que o cartão foi usado três vezes e a soma dos gastos permitiria comprar mais combustível do que pode comportar o tanque de 55 litros de um Bora, o carro oficial dos deputados.
Alerj não revela gastos dos outros deputados
No dia 12 de abril, O GLOBO protocolou dois requerimentos de informações sobre o antigo e o novo contrato de gerenciamento do sistema de abastecimento da frota da Alerj. O contrato anual é de R$ 2,6 milhões. Cada um dos 70 parlamentares tem direito a R$ 2,7 mil por mês para gastar com combustível.

O prazo, previsto na Lei de Acesso à Informação, expirou em maio. Mas até hoje, cerca de dois meses depois, a Alerj não enviou nenhum e-mail sobre o assunto, nem para informar sobre a tramitação. Uma análise sobre esses relatórios poderia revelar se outros parlamentares usaram indevidamente o cartão-combustível.



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