21 julho, 2013

Dilma presenteará papa Francisco com escultura de artista paranaense



Dilma presenteará papa Francisco com escultura de artista paranaense

A presidenta Dilma Rousseff presenteará o papa Francisco com a escultura de um frade, feita pelo artista plástico paranaense João Turin, que morreu em 1949. A escultura de cobre tem 44 centímetros e retrata um religioso de meia idade, com um livro nas mãos. Dilma ficou encantada com a obra quando a viu em junho, exposta na capital paranaense.
Os curadores da mostra disseram à presidenta que gostariam de que a escultura chegasse a Francisco. No último dia 15, Samuel Ferrari Lago, responsávelpelo acervo de João Turin, entregou a peça ao Palácio do Planalto. Dilma entregará a escultura ao papa na segunda-feira, quando ele chega ao Rio para participar da Jornada Mundial da Juventude.
— Não tenho dúvida de que o presente estará em boas mãos. Será um pedacinho do Paraná, do Brasil, no Museu do Vaticano. A escolha da presidenta pela escultura é a valorização dos artistas brasileiros. Isso é muito importante — disse Lago à Agência Brasil.
— A escultura é lindíssima. A presidenta, quando viu, parou e ficou admirando, quis saber todos os detalhes.
Na escultura, o frade é representado como um homem de meia idade, levemente curvado, calvo e com uma longa barba. O religioso está com os olhos voltados para baixo e parece ler atentamente. O estilo de Turin é considerado, por alguns especialistas em arte, como paranista. O movimento paranista foi fundado por intelectuais e artistas que defendiam o resgate e a preservação da cultura regional do Paraná.
Atualmente, o acervo completo de Turin passa por um processo inédito de resgate e restauração. As obras, feitas em gesso, estão sendo fundidas em cobre. Também está em fase de restauração um catálogo produzido pelo artista entre o início e meados do século 20. Turin é considerado o principal especialista brasileiro em obras retratando animais, mas frades e jornaleiros também chamaram sua atenção.

Há obras de Turin, no Brasil e também na Europa, principalmente na França, onde viveu por dez anos. Segundo Lago, a principal característica do artista é a complexidade. O curador ressaltou que, apesar de ter vivido no período da Semana de Arte Moderna de 1922, Turin foi fiel ao seu estilo. 
— Ele tinha muito apreço pela figura humana e era cuidadoso — disse Lago.

A família Lago é responsável pelo acervo de Turin desde 2011 e prepara para junho de 2014, em Curitiba, uma exposição no Museu Oscar Niemeyer, com 60 peças do artista.
— A ideia é aproveitar a Copa do Mundo [de 2014], quando a cidade estará com muitos visitantes para que conheçam o trabalho de Turin — explicou.
Mais informações sobre Turin podem ser encontradas nos endereços www.joaoturin.com.br e www.joaoturin.com.br/frade.


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