08 maio, 2013

O continente submerso no litoral brasileiro

alto do rio grande
Com o auxílio de um submergível Shinkai 6500, da Agência Japonesa de Ciência e tecnologia da Terra e do Mar (Jamstec), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) está próximo de concluir a pesquisa sobre a Elevação do Alto Rio Grande, região mais rasa localizada a cerca de 1,5 mil quilômetros da costa do Sudeste.

A área é uma parte da Plataforma Continental Brasileira, que se desprendeu e afundou com o movimento das placas tectônicas, e pode ter tamanho do Estado de São Paulo.
O equipamento japonês é capaz de descer a 6,5 mil metros de profundidade,  foi utilizado para coletar material da região.
Os pesquisadores brasileiros confirmaram a presença de granito, rocha que está mais associado aos continentes.
“O fato de haver um continente naquela região, nos abre outras possibilidades. Até que ponto foi uma extensão de São Paulo que se desgarrou e ficou para trás? Isso nos leva a pensar no que fazer para a região. Não só conhecer, mas requerer essa área”, disse Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais do CPRM.
Ventura conta que países como Rússia e França já requereram áreas no Atlântico Sul, onde a China também realiza pesquisas, o que torna o estudo estratégico para o Brasil, já que possui a maior costa do oceano.
Segundo o geólogo, a região pode se tornar um ponto de mineração submarina, com a perspectiva de extração de ferro, manganês e cobalto.
O Shinkai 6500 custou cerca de US$ 130 milhões ao governo japonês e faz pesquisas em águas profundas desde 1991. Também foram investidos US$ 100 milhões no navio Yokosuka, para adequar a embarcação para transportar o submergível.
Hiroshi Kitazato, pesquisador japonês que coordenou os trabalhos da Jamstec na expedição, destacou o interesse do país asiático em pesquisar o oceano: “Essa é a região que menos foi explorada no mundo inteiro. Então, acreditamos que é muito importante pesquisá-la. Antes, o Shinkai fez expedições mais próximas ao Japão, no Índico e no Pacífico”, disse. 
O pesquisador do CPRM Eugênio Frazão, que esteve em um dos sete mergulhos em grande profundidade, levou cerca de uma hora e meia para atingir a profundidade de 4,2 mil metros, e durou aproximadamente oito horas.
Além de rochas continentais, foram encontradas espécies não conhecidas em situações muito adversas, e até um coral com caraterísticas específicas de águas profundas.
A expedição Iatá-Piuna, “Navegando em Águas Profundas e Escuras”, em tupi-guarani, teve início em 13 de abril, na Cidade do Cabo, na África do Sul e percorreu, no primeiro trecho, a Elevação do Rio Grande e a Cordilheira de São Paulo.
 No segundo trecho, será explorado o Platô de São Paulo. Seis pesquisadores brasileiros acompanham o navio que depois de pesquisar o Atlântico Sul, segue para o Mar do Caribe.

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