"Não tem tradução (samba, 1933) - Noel Rosa, F. Alves e Ismael Silva. É uma crítica aos efeitos da influência do "cinema falado" sobre a língua pátria, com a adoção de expressões em francês e inglês. A letra diz "essa gente que tem a mania da exibição" e "não se lembra que o samba não tem tradução, aos02:37min.
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Aos05:55min., "O Bonde De São Januário" (Wilson Batista)
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Wilson Batista, um jovem compositor de 20 anos de idade, lançou um samba chamado Lenço no pescoço, gravado por Sílvio Caldas (''Meu chapéu de lado/Tamanco arrastando/Lenço no pescoço/Navalha no bolso(...)/Eu tenho orgulho de ser vadio''. Orestes Barbosa espinafrou o samba em sua coluna no jornal A hora: ''Causou má impressão o novo samba de Sílvio Caldas 'Lenço no pescoço, navalha no bolso'. O malandro, hoje, não usa mais lenço no pescoço, como nos tempos dos Nagoas e Guaximi. Além disso, no momento em que se faz a higiene do samba, a nova produção de Sílvio Caldas, pregando o crime por música, não tem perdão.''
Noel Rosa em 1933, provavelmente, influenciado por Orestes Barbosa, compôs o samba Rapaz folgado, aos07:33min., como uma resposta a Wilson Batista. Este, por sua vez, replicou e estabeleceu-se a famosa polêmica entre os dois compositores.
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Em 1935 Wilson Batista era um jovem compositor que lutava para aparecer no meio musical. Assim, quando "Feitiço da Vila" se projetou como um dos grandes sucessos do ano, ele achou que poderia tirar proveito do fato provocando Noel Rosa com o samba "Conversa fiada" ("É conversa fiada / dizerem que os sambas / na Vila têm feitiço...").
De certa forma a provocação funcionou, pois Noel respondeu com "Palpite Infeliz", reacendendo uma polêmica, iniciada em 1933, com "Lenço no pescoço" (Wilson), contestado por Noel em "Rapaz folgado", seguindo-se "Mocinho da Vila" (Wilson) e o citado "Feitiço da Vila" (Noel e Vadico), que pretendia apenas louvar Vila Isabel. Mas enquanto Wilson revidava "Palpite Infeliz" com "Frankenstein da Vila" e "Terra de Cego", baixando o nível da discussão, Noel se desinteressava do assunto, que morreria num encontro dos dois num café da Rua Evaristo da Veiga.
Na ocasião, Noel escreveu os versos de "Deixa de ser convencido", sobre a melodia de "Terra de Cego", tornando-se assim parceiro do contendor. Na realidade, houve com o passar do tempo uma valorização dessa polêmica que, segundo Almirante, não chegou a entusiasmar o público da época. Rendeu porém excelentes sambas, como este "Palpite Infeliz" que se tornou sucesso de carnaval, embora não tenha sido feito para esse fim.
Sua letra, além de exaltar Vila Isabel, oferece um inventário dos principais redutos sambísticos cariocas nos anos trinta (Estácio, Salgueiro, Mangueira, Osvaldo Cruz e Matriz), que respeitam a Vila e "sabem muito bem" que ela "não quer abafar ninguém". Lançado por Araci de Almeida (que o regravou em 1950), "Palpite Infeliz" fazia parte da trilha musical de "Alô, Alô Carnaval", onde deveria ser interpretado pela cantora, no papel de uma lavadeira estendendo roupa num varal. Mas a cena acabou excluída do filme, por exigência de Araci, que a considerou depreciativa.
Palpite Infeliz (samba, 1936) - Noel Rosa (aos08:30min.):
A vida de Silvio Caldas por Silvio Caldas - Minissérie realizada em São Paulo - 1996 pela produtora Ilha de Produção, com direção de Atílio Riccó, Roteiro de Ronaldo Ciambroni e Consultoria de Época e Pesquisas de Dimas Oliveira Junior . Com Jefferson de Brito, Georgia Gomide, Rui Minharro, Denis Derkian, Vera Mancini, Turíbio Ruiz, Niveo Diegues,Sandra Théa, Carlos Denone, Thereza Athayde e grande elenco. Apresentação de Sandrinha Sargentelli . Participação especial de Silvio Caldas. Na época uma super-produção independente que foi exibida e reexibida pela Tv Record
Sim, Falcão foi o Rei de Roma, mas Dino Sani foi mais majestade como o Rei de Milão. É que para Il Signore Sani faltaram a Embratel, o satélite e a Internet. Mas, enquanto jogou, o polivalente craque revelado pelo Palmeiras foi o dono do Milan, campeão europeu, italiano e espécie de embaixador do futebol brasileiro, além de líder de nossos poucos craques _mas craques mesmo!_ que lá jogavam. Acima, o esquadrão do Milan, campeão italiano da temporada 61-62. Em pé: Maldini (pai do eterno Paolo Maldini), David, Salvatore, Rivera, Mazzola e Barison (nosso Mazzola casou-se com a mulher dele). Agachados: Dino Sani, Giovanni Trapattoni, Ghezzi, Radice e Danova.
Acima, outros momentos de Il Signore Sani, em Milão! Sendo homenageado quando retornou do Brasil. Sua saudosa esposa, Elza, de vestido preto, está ao lado.
E Dino e Elza também apresentaram Jair da Costa (penúltimo à direita) e Amarildo (o último) à sociedade italiana, em 1962, no restaurante “Assassino”, de Milão.
Por fim, compare a qualidade de confecção das camisas do São Paulo e do Milan, nos anos 60. A rossonera era mesmo maravilhosa. Aliás, sempre foi.