19 maio, 2013

As três artes de Clara Nunes






As três artes de Clara Nunes


A trajetória da cantora Clara Nunes permite que a abordagem ao seu trabalho possa ser dividido em três partes: "Clara romântica", "Clara e o canto moderno", "Clara e o canto afrobrasileiro". 



"Clara romântica" é o tema da primeira edição dos três programas que serão dedicados à cantora mineira. 

Seu primeiro disco, A voz adorável de Clara Nunes (ao lado), foi lançado em 1966. Neste álbum estão canções de Tito Madi (“Canção de sorrir e chorar”), de João Roberto Kelly (“De vez em quando”), de Raul Sampaio e Benil Santos (“Enredo”) e da famosa dupla de sambas-canções Jair Amorim e Evaldo Gouveia (“Tempo perdido”). 

No segundo lançamento fonográfico, Você passa e eu acho graça, de 1968, Clara continua como intérprete romântica e com produção e direção musical dos maestros Lyrio Panicali e Carlos Monteiro de Souza. No repertório, músicas como a que dá título ao disco assinada por Carlos Imperial e Ataulfo Alves; “Sucedeu assim”, de Tom Jobim e Marino Pinto; “Que é que eu faço”, de Ribamar e Dolores Duran, entre outras. 

A cantora insinua seu breve envolvimento com a Jovem Guarda e canta alguns rocks, como “Amor quando é amor”, de Niquinho e Othon Russo para o filme Na onda do iê, iê, iê, de Aurélio Teixeira. 

Mas sua marca neste período foi o canto abolerado do samba-canção.

Amor quando é amor

É todo bem da vida

É sentir prazer
É também sofrer o bem de querer bem

Eu te amo assim querido
E assim és recebido
Em meu pobre coração

Olha amor
Não quero acabar assim 
Olha amor
Você nasceu pra mim

Fica amor
Escuta o lamento meu
Esse amor ainda é teu e meu