19 maio, 2013

30 ANOS SEM PERTERPAN - Musicaria Brasil

Considerado por alguns críticos um quase sempre refinado melodista, José Fernandes de Paula, mais conhecido como Peterpan, partiu a exatamente 30 anos.




Destacou-se como compositor de marchinhas e sambas para o carnaval. Teve composições gravadas por Aracy de Almeida, Quatro Ases e Um Coringa

Um e seus principais parceiros foi Afonso Teixeira, com quem compôs entre outras o sambas "Lenda do lago", "Quem disse que eu não caso" e "Resignação".

Já no final da década de 1930, começou a compor. Em 1937, teve a batucada "O batuque começou", com Oscar Lavado, gravada na Victor por J. B. de Carvalho. Em 1938, fez com Ariovaldo Pires a marcha "Oh! Bela!" gravada por Alvarenga, Bentinho e Capitão Furtado e sua charanga na Odeon. Nesse ano, teve gravados na Victor os sambas "Era ela", com Russo do Pandeiro, por Sílvio Caldas e "Nosso amor não convém", com Príncipe Pretinho, por Carlos Galhardo. Em 1939, Odete Amaral gravou na Victor o choro "Quando eu vejo" e Ranchinho, também na Victor, o samba-canção "Nosso amor vai morrer".

No ano seguinte, teve gravadas por João Petra de Barros na Victor a valsa "Última inspiração", que fez bastante sucesso e a marcha "Olha ela", com Russo do Pandeiro. Nesse ano, Aracy de Almeida gravou o samba "Tudo foi surpresa", com Valzinho. Teve duas composições gravadas pelo Quarteto de Bronze em 1941, a marcha "Firim-fim fonfon", com Milton de Oliveira e o samba "Vamos dançar", com Vilarino. Em 1943, fez com Afonso Teixeira a marcha "Quem disse que eu não caso?" gravada por Aracy de Almeida na Odeon e com Valdemar de Abreu, o Dunga, o samba "Os teus olhos falam" gravado por Déo na Continental. No ano seguinte seus sambas "Lenda do morro", com Afonso Teixeira e "Dinheiro, saúde e mulher", com Ari Follain foram gravados pelos Quatro Ases e Um Coringa na Odeon.




No carnaval de 1945, destacou-se com "Eu quero é sambar", parceria com Alberto Ribeiro e gravada por Dircinha Batista pela Continental. Nesse ano, os Quatro Ases e Um Coringa gravaram na Odeon o samba "Canção nacional", com Ari Monteiro; Emilinha Borba na Continental a marcha "Ganhei um elefante", com Russo do Pandeiro e os sambas "Se eu tivesse com que...", com Afonso Teixeira; "Como eu sambei", com Afonso Teixeira e "Você e o samba ", com Ari Monteiro e João Petra de Barros, também na Continental a marcha "Moça bonita", com Afonso Teixeira e o samba "A vingança o palhaço", com João de Barro. Também nesse ano, registrou sua única gravação, acompanhando de sua orquestra com as valsas "Lena e o lago" e "Raio de sol depois da chuva", de sua autoria.

Em 1946, Emilinha Borba gravou na Continental o samba "Madureira", com Jorge de Castro. Em 1947, sua cunhada Emilinha gravou pela Continental a marcha "Tico-tico na rumba", em parceria com Haroldo Barbosa, os sambas "Já é de madrugada", com Antônio Almeida e "Se queres saber", um de seus maiores sucessos e a marcha "Telefonista". Nesse ano, seu samba "Resignação", com Afonso Teixeira foi gravado por Aracy de Almeida na Odeon e a marcha-frevo "Todo homem quer", com José Batista, foi lançada por Luiz Gonzaga na RCA Victor. Fez com René Bittencourt os sambas "Quem quiser ver, vá lá" e "Meu branco" gravadas por Emilinha Borba. Duas de suas marchas foram gravadas em 1949, "Cabeleira de verão", parceria com Ari Monteiro foi gravada na RCA Victor por Gilberto Milfont e "Negócio da China", com Afonso Teixeira por Ruy Rey na Continental.




Em 1950, compôs "Eu já vi tudo", com Amadeu Veloso, que Marlene e Emilinha gravaram em dupla pela Continental, desfazendo os boatos, difundidos pela imprensa da época, sobre a rivalidade entre as duas. Nesse ano, teve gravados na RCA Victor o samba "Garota do café", com Ari Monteiro, por Gilberto Milfont; o samba "Você não me beija", com Ari Monteiro e a valsa "Última inspiração", por Carlos Galhardo; a toada "Minha santa", com Ari Monteiro, por Gilberto Alves e o xote "Um vaqueiro na cidade", com Ari Monteiro, por Bob Nelson e seus rancheiros. Nesse ano, Aracy de Almeida gravou o samba "Falta do que fazer" e a rumba "Toca a rumba", parcerias com Ari Monteiro.

Em 1951, destacou-se com "Marcha do caracol", com Afonso Teixeira, lançada pelo grupo Quatro Ases e um Coringa, pela RCA Victor. No mesmo ano, seu samba "Se você se importasse" lançou para o estrelato a cantora Dóris Monteiro, que gravou o primeiro disco pela Todamérica. Teve ainda a "Marcha do relógio", com José Batista gravada na Odeon pelos Vocalistas Tropicais e os sambas "Ela tem que se humilher", com José Batista gravado por Nelson Gonçalves na RCA Victor e "Vou pedir ao Senhor" gravao pelo Trio Madrigal na Continental. Em 1952, os Vocalistas Tropicais gravaram o baião "Se é do norte é meu", com José Batista, na Odeon e os Quatro Ases e Um Coringa na RCA Victor a "Marcha da fumaça", com Afonso Teixeira. Na Continental Emilinha Borba gravou o samba "Fora do samba", com Amadeu Veloso e Paulo Gesta. Em 1953, em concurso promovido pela "Revista do Rádio" para eleger os melhores do ano, na categoria compositor, recebeu a segunda maior votação popular com 22.597 votos, perdendo por apenas 265 votos para Ary Barroso. Nesse ano, sua marcha "Polonesa", com Afonso Teixeira, foi gravada pelo Quatro Ases e Um Coringa na RCA Victor. No ano seguinte, sua valsa "Noite nupcial" foi gravada em dueto por César de Alencar e Emilinha Borba na RCA Victor. A mesma Emilinha Borba gravou na Continental o bolero "Noite de chuva", com José Batista e o samba-canção "Os meus olhos são teus", outro sucesso na época em que foi lançado.




Compôs o samba "Ninguém me compreende", gravado por Linda Rodrigues e o bolero "Que vamos fazer", gravado por Vera Lúcia, as duas na Continental em 1955. Nesse ano, teve mais três obras gravadas por Emilinha Borba, o cântico "Saudações aos peregrinos", o samba "Nova Canaã" e a "Toada do amor".

No ano seguinte, a mesma cantora gravou o fandango "Fandango", com Flora Matos e o "Samba moderno". Teve os samba "Só não vejo você" e "Não há remédio", com Mari Monteiro gravados em 1957 por Emilinha Borba que no ano seguinte gravou o também samba "Canção de agosto". Nuno Roland gravou em 1959 a marcha "Lua caprichosa" e o samba "É proibido assobiar", parcerias com Amado Régis.

O compositor chegou a assinar algumas composições como José Fernandes ou José Borba.

Em 1977, seu samba "Se queres saber", foi gravado por Nana Caymmi. Em 1983, esse samba-canção foi tema da mini-série da TV Globo "Quem ama não mata", numa interpretação da cantora Nana Caymmi.


Obra
A vingança do palhaço (com João de Barro)
Abraça-me
Apanhador de papel (com Afonso Teixeira)
Baião da roseira
Cabeleira de verão (com Ari Monteiro)
Canção de agosto
Canção nacional (com Ari Monteiro)
Ciúmes
Comida pesada
Como eu sambei (com Afonso Teixeira)
Dim-im-dim (com José Batista)
Dinheiro, saúde e mulher (Ari Follain)
É proibido assobiar (com Amado Régis)
Ela não quer (com Ari Monteiro)
Ela tem que se humilher (com José Batista)
Era ela (com Russo do Pandeiro)
Espanhola diferente (com Nássara)
Eu já vi tudo (com Amadeu Veloso)
Eu quero é sambar (com Alberto Ribeiro)
Faca de ponta (com Ivan Campos e Celso Albuquerque)
Falta do que fazer (com Ari Monteiro)
Fandango (com Flora Matos)
Feliz ano novo
Feliz natal (com Ghiaroni)
Firim-fim fonfon (com Milton de Oliveira)
Fita meus olhos
Fora o samba (com Amadeu veloso e Paulo Gesta)
Ganhei um elefante (com Russo do Pandeiro)
Garota do café (com Ari Monteiro)
Humilhação
Já é de madrugada (com Antônio Almeida)
Lenda do lago
Lenda do morro (com Afonso Teixeira)
Lírios do campo (com Ataulfo Alves)
Lua caprichosa (com Amado Régis)
Madureira (com Jorge de Castro)
Mais uma primavera
Marcha da fumaça (com Afonso Teixeira)
Marcha da viúva (com Afonso Teixeira)
Marcha do boneco (com José Batista)
Marcha do caracol (com Afonso Teixeira)
Marcha do lobo
Marcha do relógio (com José Batista)
Marcha-ré (com Amadeu Veloso)
Maria... de nada (com Cristóvão de Alencar)
Meu branco (com René Bittencourt)
Minha santa (com Ari Monteiro)
Moça bonita (com Afonso Teixeira)
Mulher dos 30 (com Garcez)
Na casa do Infezolino (com J. Kleber)
Não há remédio (com Mari Monteiro)
Não reclama (com Ari Follain)
Nasci pra você
Negócio da China (com Afonso Teixeira)
Ninguém me compreende
Ninguém me diga (com Jorge de Castro)
Noite de chuva (com José Batista)
Noite nupcial
Nosso amor não convém (com Príncipe Pretinho)
Nosso amor vai morrer
Nova Canaã
O batuque começou (com Oscar Lavado)
Olha ela (com Russo do Pandeiro)
Olha pro céu (com José Batista)
Os meus olhos são teus
Os teus olhos falam (com Valdemar de Abreu)
Papai me disse (com José Batista)
Polonesa (com Afonso Teixeira)
Porque não vens
Preto e branco (com José Batista)
Quando eu vejo
Quantas vezes
Que vamos fazer
Quem disse que eu não caso (com Afonso Teixeira)
Quem quiser ver, vá lá (com René Bittencourt)
Raio de sol depois da chuva
Rei caolho (com Afonso Teixeira)
Resignação (com Afonso Teixeira)
Samba moderno
Saudações aos peregrinos
Se é do norte é meu (com José Batista)
Se eu tivesse com que... (com Afonso Teixeira)
Se queres saber
Se você se importasse
Sem tamborim (com Rui Rodrigues)
Serapião (com Flora Matos)
Só não vejo você
Telefonista
Tico-tico na rumba (com Haroldo Barbosa)
Tirrim...tirrim... (com Afonso Teixeira)
Toada do amor
Toca a rumba (com Ari Monteiro)
Todo homem quer (com José Batista)
Tudo certo (com Jorge de Castro)
Tudo foi surpresa (com Valzinho)
Tumba-tumba (dança brasileira) (com Afonso Teixeira)
Última esperança (com Afonso Teixeira)
Última inspiração
Um vaqueiro na cidade
Vamos dançar (com Vilarino)
Você e o samba (com Ari Monteiro)
Você não me beija (com Ari Monteiro)
Vou pedir ao Senhor


Fonte:
Dicionário da MPB


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