10 março, 2013

São Paulo aquarelada


Marcelo Lopes é um artista que desenhava desde criança e que, aos 16 anos, começou a trabalhar profissionalmente. A cidade de São Paulo é o principal cenário de suas aquarelas cheias de detalhes e mais do que realistas. Confira na íntegra a entrevista que a Zupi fez com o artista e descubra um pouco de sua carreira e trajetória:

Conte-nos um pouco sobre você.
Nasci na cidade de São Paulo que, hoje, é tema de minhas pinturas. Bem cedo demonstrei interesse em trabalhar com desenho, e fui incentivado pela família a trilhar este caminho. Ainda hoje, felizmente, em minha carreia artística, encontro o mesmo incentivo de minha companheira e de muitos amigos. Apesar das enormes dificuldades é um grande privilégio trabalhar com arte.
3-Janelas-p
27x32-p
63x82
Como você começou a se interessar pela arte?
Havia em casa uma enciclopédia ricamente ilustrada com navios piratas, cavaleiros medievais, aldeias indígenas, aviões de combate; um resumo fascinante do mundo estavam lá reproduzidos, pintados a guache por artistas anônimos, creio que meu interesse começou com estes livros. Depois o gosto pelos quadrinhos e, posteriormente, a descoberta dos grandes mestres da pintura.
Com quantos anos você começou a pintar?
Sempre desenhei e pintei, desde criança, e nunca parei. Profissionalmente, comecei aos dezesseis anos.
63x91
64x87
Antenap
Antigos-aparelhos-p
 Você tem formação artística ou aprendeu a pintar sozinho?
Não tive educação artística formal. Aprendi muito vendo outras pessoas fazendo, perguntando, questionando e praticando. Meu primeiro emprego foi no estúdio de uma grande agência de publicidade, o que me permitiu conviver com excelentes profissionais, muitos dispostos a repassar seus conhecimentos. Também tive acesso a livros e aos mais variados materiais artísticos. Com o tempo, a publicidade me proporcionou a prática cotidiana do desenho, trabalhando como ilustrador. Depois trabalhei por um curto período com cinema publicitário, mas sempre me dedicando paralelamente à pintura.
 Quais são as suas influências e como elas afetam o seu trabalho?
A pintura, o cinema e a fotografia são artes visuais que me interessam muito. A lista de pintores que me influenciaram é enorme, atualmente estudo com mais profundidade artistas e movimentos que privilegiam os detalhes, as minúcias, e outros que elegeram temas urbanos como motivo de suas obras. Entre eles os mestres flamengos do século XV, a Escola de Ashcan, alguns artistas da Nova Objetividade alemã e os fotorealistas norte americanos do final dos anos 60, para citar apenas alguns. Continuamente descubro novas obras e artistas fascinantes.
Banca-Bigode-p
Bandeirinhas-p
Base-p
O que o levou a escolher aquarela como base de seus trabalhos? Quais são as principais dificuldades de pintar com aquarela?
O que mais me agrada na aquarela são as infinitas possibilidades cromáticas. A pintura com aquarela solicita centenas de pequenas decisões, o que exige muita concentração. Também é preciso muita moderação na aplicação dos pigmentos sobre o papel, uma vez aplicados com o pincel em quantidade exagerada, não é possível a remoção nem a cobertura sem comprometer a obra. Creio que estas são as maiores dificuldades.
 O que te inspira para fazer suas pinturas?
A cidade de São Paulo. É uma metrópole desafiadora em todos os sentidos e, como tema para a arte, não poderia ser diferente. A cidade apresenta uma infinidade de imagens fascinantes.
Suas obras são muito realistas e perfeccionistas. Isso deriva de uma técnica de pintura ou também tem influência de sua personalidade?
A técnica é aplicada em todos os processos do trabalho, desde o enquadramento fotográfico, passando pelo desenho e chega até os últimos toques de pincel. Acredito que as obras têm total influência de minha personalidade, é minha interpretação pessoal das coisas, minha forma de ver o mundo.
beco-p
Bichosp
Bonecos-2p
Você usa lugares de São Paulo como principais cenários de suas pinturas. Como você escolhe esses lugares e o que tenta passar para o público com eles em suas obras?
A escolha destes lugares é um processo intuitivo e, por vezes, misterioso. Sinto que as imagens “pedem” para serem pintadas. Todos os cenários que utilizo para as pinturas são previamente fotografados unicamente por mim, porque é preciso que, juntamente com a imagem, eu consiga capturar a atmosfera destes lugares.
A minha intenção ao pintar estes lugares, pessoas e situações é compartilhar com o observador a mesma experiência que tenho. Tentar, de alguma maneira, descortinar, decifrar e extrair o máximo de sentidos e significados destas imagens.
Quais são seus projetos futuros?
Sou péssimo em planejamento. O único projeto para o futuro é continuar trabalhando.
Carimbos-p
Caldinho-p
Calçada-p

3-Janelas-p
Travessia-p
Tres-Senhoras-p

Trianon-p
Tunel-p
Viaduto-p

Vista-p
Tempero-Baiano-p
Sombra-p

Sobradosp
Skatep
Sem-titulo-p

relogio-p
pina2tp
Pinac-1p

poltronas-p
Ponte-Nova-p
Pratriarca-p

Realejop
Neue-p
Mochileiros-p

metro-p
mercadao1p
lugaresp

Liberdade-p
Galeriasp
Garis-27x35-p

Glicerio-p
Ibirapuerap
Início-p

Lanchonetep
Frutas-p
Flores-1

Fios-p
Fim-de-ano-p
Estacionamento-p

Est.-Luz1p
Cartaz-p
Casa-Fechada-p

Chamines-p
Coluna-p
cSP5p

Esquina-p
Carrinho-no-Parque




















De: Zupi News <no-reply@target-news.com>