26 março, 2013

Corações partidos.

 
A guerra declarada entre o PMDB do Rio e o senador e pré-candidato ao governo do estado em 2014 pelo PT, Lindbergh Farias, está longe do cessar-fogo. Depois de a revista “Época” ter publicado denúncia, a partir de informações do PMDB, sobre um suposto esquema de propina do petista quando ele era prefeito de Nova Iguaçu, Lindbergh contra-atacou. Levantamento apresentado ontem pelo grupo político do senador, a pedido do próprio, mostra que R$ 887 milhões que teriam sido repassados pela União ainda não foram utilizados pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) na reconstrução das cidades da Região Serrana castigadas pelas chuvas em 2011. A presidente Dilma Rousseff vai hoje a Petrópolis com Cabral e com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, outro pré-candidato, e participará de uma missa pelos mortos nos deslizamentos da semana passada.
 
— Quem faz guerra de dossiês e jogo sujo é o PMDB. Essa é a política velha que queremos derrotar. Em vez de ficarem fabricando dossiês, eles deveriam se concentrar nas obras da Região Serrana. A Dilma fez tudo certo ao liberar os recursos. O problema é que, dois anos depois, as obras não foram iniciadas. Muitas (obras) não foram licitadas, e outras ainda estão em fase de elaboração de projetos. Isso tem nome: má gestão e negligência com a vida das pessoas — disparou Lindbergh em entrevista ao GLOBO.
 
A verba federal transferida seria referente à construção de casas, contenção de encostas, dragagem de rios e drenagem da água das chuvas, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e reconstrução de pontes. A briga entre Lindbergh e Cabral se transformou numa dor de cabeça para Dilma. O governador, que quer a eleição de Pezão, se irritou depois de Lindbergh tê-lo criticado nas inserções partidárias do PT na TV e no rádio. Em resposta, o PMDB fluminense ameaçou não apoiar Dilma caso os petistas mantivessem o senador na disputa.
 
No fim de semana, Lindbergh colocou um vídeo no Facebook. Nele, lembra o episódio que provocou uma crise no governo Cabral no ano passado: as fotos publicadas na internet pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR) em que secretários de Cabral aparecem se divertindo, em 2009, com guardanapos na cabeça, em Paris, ao lado do governador e do ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish. — Estão querendo jogar todo mundo na lama. Não adianta. Eles não vão conseguir colocar um guardanapo na minha cabeça. Temos outra conduta: não faço política patrimonialista e para enriquecer — diz Lindbergh, no vídeo.
 
Cabral respondeu por nota: “O governador desaprova e desautoriza o uso de dossiês, lamentando constatar a atribuição deste ao PMDB. À Justiça, cabe julgar fatos. Quaisquer diferenças entre políticos devem ser tratadas com a devida seriedade e respeito dentro do campo político”.
 
A Secretaria de Obras disse que agiu rapidamente após os deslizamentos de 2011 e vem trabalhando na recuperação da Região Serrana. Segundo o órgão, imediatamente após à tragédia, os R$ 70 milhões repassados pelo governo federal foram destinados aos serviços emergenciais em sete municípios. A secretaria disse ainda que o total a ser investido na região é de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão de recursos federais.
 
Na reportagem do fim de semana, a revista “Época” revelou documentos, obtidos com o PMDB, que fazem parte de um inquérito a que Lindbergh responde no Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de ter montado um esquema de recebimento de propinas de empresas contratadas pela prefeitura de Nova Iguaçu. O parlamentar nega. (O Globo)


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