30 janeiro, 2013

Icone da esquerda brasileira, Chico Buarque de Holanda tem uma música, cujo título é "Acorda, amor"

 Icone da esquerda brasileira, Chico Buarque de Holanda tem uma música, cujo título é "Acorda, amor".
 
 
 
Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão
Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer
Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
 
 

Coturno Noturno

 
De: CoroneLeaks (Coturno Noturno) < noreply@blogger.com >
Símbolo da Passeata dos 100 mil, foto por Evandro Teixeira

“Das lutas de rua no Rio
em 68, que nos resta
mais positivo, mais queimante
do que as fotos acusadoras,
tão vivas hoje como então,
a lembrar como a exorcizar?
Drummond diante das fotos do fotógrafo Evandro Teixeira da Passeata dos 100 mil.
Em 1964, após o Golpe Militar na presidência de João Goulart, o Brasil acompanharia pelos próximos 21 anos um regime político desprovido de liberdades e de tensão civil de grandes proporções. No Rio de Janeiro, assim como eu muitos outros lugares no país, o descontentamento com as ações políticas dos militares crescia cada vez mais. Os estudantes, que na época eram o maior símbolo de luta contra esse regime, eram também o alvo principal dos policiais outros executores de lei da época.
o corpo do estudante Edson Luis. A morte dele foi o estopim para a passeata dos 100 mil
A passeata dos 100 mil foi um dos momentos mais importantes de enfrentamento a ditadura. Em 26 de março de 1968, após uma série de retaliações aos movimentos pró-restituição da democracia e a morte do estudante Edson Luis no restaurante Calabouço, cerca de 100 mil pessoas marcharam pelas ruas do Rio de Janeiro cobrando atitudes dos atuais governantes.
Vladimir Palmeira e outros líderes estudantis da época em discurso na Passeata dos 100 mil
Um dos aspectos mais interessantes é que inicialmente a marcha começou com 50 mil pessoas e logo alcançou 100 mil. Entre os manifestantes estavam estudantes indignados pelas retaliações, artistas, escritores e intelectuais que já previam um tenso período de censuras e ainda, muitas mães que temiam pelo grande números de apreensões à jovens estudantes.
Carlos Scliar, Clarice Lispector, Oscar Niemeyer, Glauce Rocha, Ziraldo e Milton Nascimento chegam a passeta
Torquato Neto, Gilberto Gil e Nana Caymmi
Edu Lobo, Itala Nandi e Chico Buarque de Holanda
A manifestação foi um dos mais importantes atos em favor da democracia desde a história republicana do país. Na época, os militares reuniram algumas lideranças civis alegando querer ouvir suas vozes, mas infelizmente não acataram nenhuma das solicitações. Durante o restante do ano de 1968 muitos outros atos de repressão foram executados contra estudantes e outras pessoas que discordassem das ações o que culminou, em dezembro desse ano, na implantação do AI-5 – Ato Institucional de número 5 – que que acabou legalizando a repressão.