12 dezembro, 2012

Lucas chora, promete voltar e quer ser melhor do mundo

'Cada etapa da minha vida foi importante para esse momento, foi tudo muito rápido, mas muito merecido', disse
 
FERNANDO FARO - Agência Estado
SÃO PAULO - Foram três perguntas até Lucas chorar. O camisa 7, que se despede do São Paulo nesta quarta-feira após o segundo jogo da final da Copa Sul-Americana, concedeu sua última entrevista coletiva no CT da Barra Funda e vinha se segurando até ser abraçado por Wellington, seu amigo de longa data, e Osvaldo, companheiro com quem se entrosou e formou uma dupla de muita velocidade na temporada.
A emoção falou mais alto e um outro grupo de atletas parou a coletiva para jogar suco no jogador e abraçá-lo.
 

 
O jogador foi abraçado pelos companheiros de equipe durante coletiva - Hélvio Romero/Estadão
Hélvio Romero/Estadão
O jogador foi abraçado pelos companheiros de equipe durante coletiva
 
A concorridíssima entrevista foi o penúltimo ato antes do fim de uma passagem meteórica do atleta pelo Morumbi. De promessa da base - ainda quando era conhecido como Marcelinho - à condição de jogador mais caro da história do futebol brasileiro (o Paris Saint-Germain, seu novo clube, pagou 43 milhões de euros para tirá-lo do time tricolor), foram pouco mais de dois anos. Ele iniciou sua trajetória em 8 de agosto de 2010 num empate por 1 a 1 com o Atlético-PR e tem a chance de se despedir da forma como sempre sonhou: com um título.
 
Lucas nunca escondeu que só se sentirá plenamente satisfeito se for embora com pelo menos uma conquista pelo clube, por isso ele tenta pôr os sentimentos de despedida de lado e agora foca sua atenção na partida contra o Tigre. Basta uma vitória simples para o São Paulo encerrar um jejum que dura desde 2008 e acrescentar um inédito título à sua galeria. "Desde que cheguei aqui sonho com o momento de ser campeão e tenho essa oportunidade. Essa semana está sendo difícil, estou tentando segurar a ansiedade e o nervosismo para ajudar meus companheiros a conquistar esse título que será muito importante", disse.
 
Mas até mesmo a decisão ficou em segundo plano diante do adeus cada vez mais próximos. O jogador de fala acelerada e sorridente deu lugar a um de expressão visivelmente emocionada e controlando as palavras. "Cada etapa da minha vida foi importante para esse momento, foi tudo muito rápido, mas muito merecido. Lutei muito para chegar aqui e, se não fossem as pessoas que passaram na minha vida, acho que não teria conseguido. Sempre tentei evoluir e melhorar a cada momento."
 
Quando embarcar na aventura francesa, o camisa 7 elevará seus projetos pessoais a um novo patamar. Um dos sonhos revelados foi o desejo de se tornar o melhor jogador do mundo no futuro. E então, talvez em 2022, voltar a vestir a camisa do clube que o revelou. "Esse é um dos meus maiores sonhos (melhor do mundo), mas sei que falta muito ainda. Minha saída para o PSG é o primeiro passo para esse sonho. Vou estar com ótimos jogadores, vou amadurecer e aprender bastante. O Paris está montando uma equipe competitiva e eu estarei lá também."