26 dezembro, 2012

A Trégua de Natal - Primeira Grande Guerra

A Trégua de Natal - Primeira Grande Guerra O Trégua de Natal de 1914 ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial. Na França, exércitos de milhões de soldados enfrentavam-se uns aos outros em desesperados ataques. Os alemães e os aliados viviam em frias e lamacentas trincheiras no solo, em linhas paralelas, com centenas de metros de arame farpado, e uma faixa de “terra de ninguém” entre eles. Cada lado golpeava o outro com milhões de quilos de bombas e gases venenosos. Dezenas de milhares eram feridos e mortos.
Ao descerem as sombras da noite de Natal, os homens pensaram com saudade no Natal em seu lar. E essa saudade os fez odiar ainda mais a horrível guerra que se travava. Ela parecia tão pecaminosa, comparada ao Natal. Repentinamente, à noite, a artilharia alemã parou de atirar. Os soldados aliados se perguntaram o que estaria acontecendo. O que os alemães estariam aprontando agora? Estariam se preparando para usar gases venenosos de novo, ou esse intervalo seria antes do ataque maciço? Não muito tempo depois, os canhões dos aliados, na retaguarda, ficaram em silêncio também. Os soldados, nas trincheiras, aguardaram ansiosamente em meio à estranha calmaria que se abateu sobre a frente de batalha. Isso era tão estranho, após o grande ruído da artilharia, que os soldados falavam cochichando.
Alguns alemães colocaram árvores de Natal e algumas velas sobre as trincheiras e começaram a cantar cantigas de Natal. Os aliados viram então soldados alemães saírem de suas trincheiras sem qualquer arma. Pararam junto aos escombros próximos as trincheiras, tiraram seus capacetes e pediram uma trégua entre os fronts. Pasmados os soldados aliados aceitaram a oferta e também saíram de suas trincheiras e uniram suas vozes no maravilhoso hino de Natal. Antes de terminarem, engenheiros de todos os lados estavam abrindo caminho no arame farpado . Momentos depois, soldados que haviam sido inimigos passaram através dos rombos abertos no arame. De mãos estendidas eles se cumprimentaram como se fossem amigos que há muito tempo não se viam. Intérpretes ajudavam-nos quando possível, mas as diferenças linguísticas não pareciam ter importância.
Alegremente mostraram fotografias de familiares. Experimentaram os chapéus e capas uns dos outros, e riram de sua aparência. Então alguém sugeriu que deveriam dar presentes também.E, assim, eles voltaram apressadamente às trincheiras a fim de ver o que encontrariam. Os aliados trouxeram latas de doces e carne, e os alemães lhes deram salsichas e outros alimentos. Os capitães de campo dos dois lados improvisaram um serviço religioso. E os soldados alemães e aliados celebraram juntos a Ceia de Natal.
Ninguém quis dormir naquela noite. A feliz comunhão continuou por dias, em alguns lugares durou até semanas. Oficiais do alto comando não gostaram nenhum pouco dessa história e declaram pena de morte por traição, se a trégua continuasse, ambos os exércitos voltaram para suas trincheiras e aos poucos o ódio voltou e o terrível morticínio começou outra vez. A trégua não havia durado muito! Mas valeu a pena e será sempre lembrada. Embora a “Trégua de Natal” hoje pareça um eco distante de uma época passada, estando nós mesmos vivendo num mundo em que os conflitos são alimentados por imensas diferenças culturais, fazendo com que tais tréguas se tornem praticamente impossíveis, ela permanece um símbolo de esperança. De fato, este talvez seja o mais importante legado desse episódio.
Filme que retrata esse marcante episódio entre guerras: