10 fevereiro, 2012

Para Marta, aliança entre Haddad e Kassab em São Paulo seria pesadelo

Para Marta, aliança entre Haddad e Kassab em São Paulo seria pesadelo

Ex-prefeita da capital Paulista, a senadora petista disse que quer ser cautelosa e esperar a decisão do PT sobre o acordo para não 'acordar num palanque de mãos dadas com Kassab'

BRASÍLIA - A senadora Marta Suplicy (PT-SP) considera um pesadelo a possibilidade de aliança, em São Paulo, entre o candidato petista Fernando Haddad, e o PSD do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Marta desistiu da disputa em São Paulo, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas até agora não entrou na campanha de Haddad.


"Eu tenho o direito de não mergulhar de cabeça e aguardar a decisão do meu partido sobre a aliança. Preciso ser muito cuidadosa, porque senão corro o risco de acordar num palanque de mãos dadas com Kassab", disse Marta. "Estou vendo um esforço grande para a coligação, mas isso me parece muito complicado."

A senadora participou nesta quinta-feira, 9, da primeira parte da reunião do Diretório Nacional do PT, que ocorre em Brasília, na véspera do aniversário dos 32 anos do PT. À saída do encontro, Marta não escondeu o mal-estar com as conversas a respeito de uma dobradinha com Kassab, defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta de aliança, feita por Kassab, divide os petistas, mas, se for levada adiante pelo PSD, deve ser aprovada pelo Diretório Municipal do partido, apesar das resistências. O argumento é que todo o sacrifício deve ser feito para conquistar São Paulo.

Ex-secretário de Marta quando ela foi prefeita, o novo líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), discordou da avaliação da senadora. "Se o Kassab fizer uma autocrítica, não vejo problema na aliança. Acho um pressuposto muito ruim a ideia de recusar apoio", afirmou. Tatto pediu "muita paciência" ao PT, disse que nada está fechado e defendeu a parceria com o PMDB para vice na chapa liderada por Haddad. Hoje, o pré-candidato do PMDB à sucessão de Kassab é o deputado Gabriel Chalita.

Ao lado de Tatto, o deputado André Vargas (PT-PR) foi na mesma linha. "É isso mesmo. Em Curitiba, nós fazemos aliança com Fruet e, em São Paulo, vocês aceitam Kassab", afirmou Vargas, numa referência ao pré-candidato do PDT à Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet.



Haddad diz que ter Marta no palanque 'faz diferença'


Para ministro da Educação, apoio 'de toda liderança de expressão é fundamental' na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 7, que ter a presença da senadora Marta Suplicy (PT-SP) no palanque eleitoral "faz muita diferença". Marta desistiu da corrida pela indicação do PT à Prefeitura de São Paulo após pedido da presidente Dilma Rousseff e de pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoiam Haddad.


Ministro disse que deseja ter uma conversa com Marta Suplicy sobre a disputa em São Paulo
"O apoio de toda liderança de expressão é fundamental. Ela foi prefeita da cidade, muito bem avaliada, prefeita a quem eu servi com muita honra. Evidente que a Marta engajada, animada, faz muita diferença", disse Haddad, após participar de cerimônia em Brasília de assinatura de acordo de cooperação para ampliar o número de atendimentos do projeto Soldado Cidadão.

Na última quinta-feira, a senadora anunciou publicamente a desistência da candidatura, sem declarar apoio explícito a Haddad. No final de semana passado, foi a vez do senador Eduardo Suplicy comunicar a saída da disputa, após a promessa de Haddad de incluir o projeto de renda mínima no seu programa. Os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini seguem na luta pela indicação.

"Temos uma semana agora de conversas internas e eu quero crer que as coisas vão se clarear ao longo da próxima semana, mas já fiz chegar a ela (Marta) o desejo de ter uma conversa", disse Haddad.

Questionado se não havia sentido falta de um apoio público de Marta, Haddad respondeu: "Ela mantém relações de amizade e apreço com todos os participantes. E os dois deputados foram secretários da sua gestão, então fica um pouco difícil, né? Entendo que o gesto dela foi extremamente generoso e respeitoso com todos nós."

Padrinho. Sobre a saúde de Lula, Haddad disse que sentiu Dona Marisa, mulher do ex-presidente, "firme" e "confiante" na última conversa que tiveram por telefone, no final de semana passado. "Esse momento é o de orar para o pronto restabelecimento do presidente", afirmou Haddad. Lula é o principal articulador da campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo.

De:
"Estadão" naoresponda@estadao.com.br
Para:
cidad3@yahoo.com.br

http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/message/12719

Nenhum comentário:

Postar um comentário