13 fevereiro, 2012

Jornalista Mônica Waldvogel ridiculariza o vegetarianismo e o uso de bicicleta

Jornalista Mônica Waldvogel ridiculariza o vegetarianismo e o uso de bicicleta

Por Fernanda Franco (da Redação)

Não é a primeira vez – nem deve ser a última – que a jornalista e apresentadora Mônica Waldvogel faz declarações levianas, infelizes e preconceituosas na TV. Depois de defender as touradas, durante um episódio do programa Saia Justa, exibido pelo GNT, a jornalista voltou a fazer chacota de causas sérias. Desta vez, o alvo de seu preconceito foram temas como o vegetarianismo, a defesa dos direitos animais e o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável.
"Talvez porque a bicicleta não seja uma ideia nova, de fato. Parece que é uma ideia nova, mas não é, o carro é mais novo do que a bicicleta", filosofou Mônica. "Não adianta vir com a bicicleta. Seja pelo aquecimento global, o buraco de ozônio, o não sei o quê, o congestionamento… É melhor o congestionamento dentro do meu carro, do que numa bicicleta, chovendo em cima. O ladrão passando, levando meu Ipod… [risos]", concluiu, sarcasticamente, a apresentadora.

O deboche foi, naturalmente, muito mal recebido por ativistas que defendem um estilo de vida preocupado com a preservação do planeta. Pois é sabido entre pessoas inteligentes e bem informadas que o uso da bicicleta é uma forma de preservar o meio ambiente, pois respeita a natureza ao não poluir, ao não destruir, ao não produzir ruído e ao significar uma alternativa digna e sustentável de meio de transporte individual devido ao seu mínimo impacto na natureza.

A bicicleta, ao contrário dos automóveis, que escravizam seus usuários, tornando-os dependentes de uma indústria de serviços prestados a um altíssimo custo ambiental e pessoal, aproxima as pessoas, humaniza-as. Ao fazer dos caminhos jornadas lúdicas e engrandecedoras, permitindo um contato íntimo e direto do ser humano com o mundo à sua volta, o ato de pedalar devolve um pouco da nossa dignidade perdida e muito da nossa liberdade. Enquanto a bicicleta nos ensina uma forma pacífica, consciente e cooperativa de nos relacionar e cuidar do meio em que vivemos, o carro nos mecaniza e nos reduz à condição de "usuários" e seres alheios à nossa própria capacidade de mobilidade ética.

Portanto, o que é que merece ser alvo de críticas e deboches? Mônica Waldvogel, antes de soltar suas gargalhadas metálicas, certamente não parou tempo suficiente para se informar ou ponderar sobre o assunto.

O mais assustador é que uma fala preconceituosa como essa tenha partido de uma jornalista experiente e formadora de opinião. É realmente vergonhoso que uma profissional tida como ícone do jornalismo televisivo emita uma fala tão oca de valores e completamente alheia ao que se refere a um estilo de vida sustentável.

Mas Mônica não se contentou em debochar apenas do uso de bicicletas como meio de transporte alternativo. Ela também ridicularizou o direito à vida dos animais consumidos pelos seres humanos e ainda riu , fazendo pouco caso do sofrimento desses seres e de quem se preocupa com eles – como se essa fosse a última preocupação em grau de importância na lista de avanços morais da humanidade.

A jornalista Teté Ribeiro, também integrante do Saia Justa, mostrou-se, no entanto, sensibilizada com a situação dos animais: "Eu gostaria que os direitos animais fossem um pouco mais olhados", disse Teté. Ao que Mônica respondeu sem pestanejar: "Ai que preguiça!". Agitou-se na poltrona e completou, com desprezo ao tema: "Ah, pega sua bicicletinha e vai matar lá em casa com carinho". Seguiram-se mais gargalhadas.

E para fechar com chave de ouro, Mônica Waldvogel completou seu pensamento, intercalando suas palavras com mais gargalhadas medonhas: "Essa ideia, Teté, vai lá pro fim da fila, tem coisas mais urgentes".

Repúdio e indignação

Grupos ativistas como o Coletivo Feminino de Ciclistas e intelectuais como a jornalista e ciclista Sabrina Duran, que assina a coluna "Na Bike", da revista Época, declararam repúdio às declarações de Mônica.

O vídeo do episódio, divulgado no YouTube em outubro de 2011, continua gerando polêmica e desgosto entre pessoas de bem que se preocupam com a saúde do planeta e que defendem um estilo de vida saudável e ético.


"No programa em questão, Mônica critica, de maneira jocosa e irônica, as pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte. São quase três minutos de puro escárnio e desconhecimento sobre o tema, suficientes para deixar qualquer pessoa bem informada (não necessariamente ciclistas) com a tal da vergonha alheia", escreveu Sabrina em sua coluna, na revista Época.

Um ciclista chegou a publicar uma carta aberta em seu blog, manifestando sua indignação diante de tamanho desrespeito pela escolha de utilizar bicicleta em vez de um veículo motorizado como meio de transporte.

Manifestação

Para quem se sentiu ofendido com as declarações levianas da jornalista, é possível manifestar-se pelo site do programa.

http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/message/12895

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